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Uma antiga doença, "Coccidiose".

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Uma antiga doença, "Coccidiose". Empty Uma antiga doença, "Coccidiose".

Mensagem por MARTÍN Qua 18 Dez 2013, 16:41

Por Stella Maris Benez
Médica Veterinária Homeopata CRMV SP 4953
Mestre em Patologia de Aves
Especializada em aves há 22 anos, em Homeopata há 16 anos
Diretora do ProAve - Veterinária e Tecnologia
Clínica, Assistência Técnica e Patologia de Aves




Ano de 2004, ano este em que detectamos através de exames parasitológicos de fezes, a presença de oocistos de coccídeos nas aves engaioladas durante um campeonato de aves.
Ano 2008, podemos ainda pensar: "Ainda corremos para controlar a Coccidiose em nossos plantéis de canários?".

A resposta é Sim, devemos correr, mas à frente desta doença.

No artigo deste ano voltaremos a falar com detalhes sobre como prevenir e tratar desta doença que não sai de nossas criações e de nossa rotina como criadores e expositores.

São formas práticas de prevenção. Porém, se sua criação teve problemas sérios, é aconselhável que seja feita uma análise específica.

Problemas de saúde sendo solucionados, devem ser prevenidos durante 1 ou 2 anos, pois podem voltar, o mesmo se dá para a Coccidiose.

Passaremos ainda algumas orientações para a prevenção na criação de 2008.

Coccidiose

Agente causador: Coccidias (gênero: Eimeria(ataca os galináceos) e gênero: Isospora (ataca os canários e as aves silvestres)

Característica do agente: protozoário altamente resistente no meio ambiente, resistente a desinfetantes e aos medicamentos.

As coccidias são divididas em dois gêneros:

Gênero Eimeria: tem como forma infectante um oocisto com quatro esporocistos contendo dois esporozoítos cada um (somando oito esporozoítos, os quais penetra uma célula intestinal). Cada oocisto pode se transformar em 1800 novas formas. Acometem preferencialmente galinhas e faisões.
Gênero Isospora: tem como forma infectante um oocisto com dois esporocistos contendo quatro esporozoítos cada um, somando oito esporozoítos. Acomete canários, aves silvestres e ornamentais.
Especificidade pelo hospedeiro: as coccídias de aves não acometem outros grupos, e vice-versa.

Eimeria

Características

Hospedeiro Predileto: galináceos, perus, gansos, patos, faisões, pombos, etc.
Órgãos Acometidos: intestino delgado e grosso (esporadicamente rins - Eimeria truncata)
Número de gêneros: vários, ao redor de 9, e não induzem imunidade cruzada.

Isospora

Características

Hospedeiro Predileto: passeriformes (canários de cor, canários de porte, canários Roller, bicudos, pássaro-preto, curiós, canários, trinca-ferro), psitacídeos, etc.
Órgãos Acometidos: intestino delgado e grosso Uá foi encontrado em pulmão e fígado na forma encistada).
Número de gêneros: vários, sem induzir imunidade cruzada.

Ciclo de Vida

Em ambos os gêneros, o ciclo de vida é semelhante.

Contaminação: ingestão do oocisto esporulado (oocistos maduros).

Esporulação: quando o oocisto esporula (formação dos esporocistos com os esporozoítos dentro), este processo ocorre após a eliminação dos oocistos através das fezes de aves contaminadas, em meio ambiente natural, sobre condições de temperatura, umidade e oxigenação.

Transmissão: ingestão dos oocistos.

Penetração dos órgãos: sob ação das enzimas digestivas e dos sais biliares no trato digestivo, os oocistos sofrem ruptura da dupla membrana de proteção, liberando os esporozoítos. Cada esporozoíto penetra em uma célula intestinal, e se desenvolve em trofozoíto (primeiro estágio celular do ciclo assexuado das coccidias).

Continuidade do ciclo: Passado o período de maturação, este trofozoíto se rompe liberando os merozoítos de primeira geração, que penetram novamente nas células intestinais. Estes por sua vez geram os esquizontes de primeira geração, que ao se romper liberarão novos merozoítos, que ao voltarem para as células, farão o ciclo sexuado. Teremos a formação de macrogametócitos (fêmeas) e microgametócitos (machos que liberam os microgametas para fecundação dos macrogametas femininos), cuja união produzirá oocistos imaturos que romperão a célula intestinal sendo eliminados do hospedeiro pelas fezes.

Proporção de destruição dos tecidos: todas as fases celulares do ciclo destroem 1 célula intestinal, e 2048 células serão destruídas para cada oocisto que for ingerido. Estas células que, são responsáveis pela absorção de nutrientes como, vitaminas, sais minerais, carotenóides, carboidratos, Iipídeos, proteínas, água, e alguns medicamentos, são impedidas de funcionarem.

Proporção de crescimento do parasita: Como na multiplicação das coccidias pode haver repetição do ciclo assexuado antes de completar o ciclo sexuado, teremos um crescimento deste parasita em progressão geométrica.

Tempo de eliminação do parasita: estes oocistos começam a ser eliminados nas fezes das aves, após três dias da contaminação. O que causa problemas em reuniões de aves e campeonatos. As aves não eliminam oocistos todos os dias nas fezes. Os exames diagnósticos podem ser refeitos em dias variados.

Resistência das aves: As fêmeas em época de reprodução apresentam uma diminuição nas quantidades de enzimas digestivas e sais biliares, reduzindo a contaminação e a contagem nos exames de fezes, mas em outra fase do ciclo tornam-se susceptíveis, porém sempre em menores proporções que os filhotes e os machos.

Plantel com coccidiose: As coccidias dificilmente são eliminadas do plantel, mas os surtos só ocorrem quando as aves não foram submetidas à um planejamento preventivo, antes de entrar em reprodução, através de exames de fezes para diagnóstico e controle do efeito dos tratamentos, e imunização controlada.

Curiosidades: Cada tipo de coccidia possui um a área de predileção no intestino para o desenvolvimento do seu ciclo vital. Não existe imunidade cruzada entre as coccidias.

Transmissão

Ingestão de oocistos que saem nas fezes das aves, e contaminam os alimentos e a água.
Contaminação de ave a ave.
Aves silvestres que adentram o criatório.
Partícula de fezes secas contaminadas dispersa no ar (locais de concentração de aves: viveiros superlotados, feiras e campeonatos).

Sintomas

Forma subclínica: Aves que não apresentam sintomas, havendo dificuldade no diagnóstico.

Filhotes:Aves mais susceptíveis e frágeis desenvolvem os sintomas mais característicos da doença: mortalidade de filhotes em crescimento e os filhotes de primeira semana de vida, ainda nos ninhos; perda de peso podendo chegar até a síndrome do peito seco; perda da coloração das penas; doenças concomitantes; diarréia de ninho; diarréia amarela.

Adultos:Baixa fertilidade; baixa produção de ovos; ovos fracos, em termos de qualidade nutricional para o embrião; ovos de casca mole; fezes com alimentos mal digeridos ou com camada de muco na superfície; fezes que ficam pulverizadas no fundo da gaiola; diarréia amarela, acastanhada ou :legra com sangue digerido.

Geral: Fezes pastosas, ou com muco; diarréia desde amarelada até com estrias de sangue ou pretas (sangue digerido); alimento mal digerido nas fezes, acompanhado de perda de peso; aumento excessivo de apetite, sendo que algumas aves até dormem ou morrem no comedouro; apatia e prostração; penas arrepiadas; "fêmeas suadas" no ninho, causado pela umidade das fezes dos filhotes com diarréia; ninhos úmidos; cloaca dos filhotes suja; problemas de pele e de muda atrasada.

Lesões: Lesões na parede de diferentes porções do intestino, do tipo catarral, hemorrágica e necrótica. Lesões em diferentes profundidades da parede intestinal.

Diagnóstico: Evolução da criação e do surto; exames das fezes que entram no criatório após retomarem de exposições longas, ou após um empréstimo como reprodutoras; exames de quarentena; exames de fezes individuais ou coletivos; necropsia de aves mortas, fazendo exame de raspado intestinal; exames histológicos para verificarmos os oocistos na parede intestinal; diagnóstico com base no escore de lesão intestinal.

Prevenção e Controle: A prevenção se baseia nas principais causas de surtos de coccidias: falhas no sistema de desinfecção; dificuldade de desinfecção do ambiente; extrema resistência dos oocistos; evitar a eliminação completa dos oocistos, pois impedirá a geração de imunidade, podendo haver uma re-infecção; Realizar necropsia em todas as aves que morrerem no planteI. Realizar exames de fezes pelo menos à cada 6 meses para controle, principalmente antes da reprodução. Medicamentos que acabam totalmente com a coccidia não permitem que o plantei gere imunidade. O ambiente fica altamente contaminado proporcionando novo surto. Evitar superpopulação. Manter sempre limpo o ambiente. A desinfecção só resolve com calor, e de preferência calor úmido (Vaporetto ou esterilização em estufas). Quarentenar aves novas no plantei, ou aquelas que tenham ido para campeonatos ou casa de colegas. Usar medicamentos alopáticos ou homeopáticos de forma estratégica. Aconselhamos uso de gaiolas com grades de separação da bandeja; evitar contacto da ave com as fezes; evitar a areia no fundo das gaiolas. Passar comedouros e bebedouros de metal no fogo, e ferver comedouros de plástico. Evitar entrada de aves silvestres nos criatórios.

Tratamento Alopático: A base do tratamento são medicamentos coccicidiostáticos ou coccidicidas, porém estes tratamentos devem ser acompanhados com exames de fezes antes e depois da medicação, para analisarmos a eficácia dos mesmos. Podemos acompanhar o plantei com medicação de suporte (soro e fontes nutritivas). Qualquer tratamento ou criação que o adote deve ser vistoriada com exames de fezes pelo menos a cada 6 meses. A base dos medicamentos alopáticos são:

amprólio; quinolonas; sulfas, nitrofuranos (foi proibido no Brasil), c1opindol, toltrazuril, etc. Todos são eficazes, desde que usados de forma estratégica para cada princípio ativo, nas doses corretas orientadas no bulário. As coccidias possuem uma grande capacidade de gerar resistência aos produtos comerciais. A exemplo da avicultura, está investindo nos estudos e produção de vacinas específicas para Eimeria de galinhas. Da mesma forma, podemos realizar uma imunização controlada através de exames e medicações a base de clopindol e amprólio. As vacinas de frango não imunizam pássaros, pois as coccidias são diferentes. Em 1940 descobriram o efeito das sulfonamidas sobre as coccidias. Existem também as quinolonas, o amprólio, e osionóforos para tratamento. Cada medicamento age em uma fase do ciclo vital das coccidias. Vitamina A e K são recomendados no tratamento; utilizar complexos de vitaminas e aminoácidos para suplementar a alimentação das aves debilitadas.

Efeitos e ações dos medicamentos

Clopindol: é um aditivo solúvel em água, anticoccídico, indicado para a manutenção da saúde das aves controlando e tratando a coccidiose. Age já no dia da exposição do pássaro às coccidias, tornando-o excelente para uso em momentos de risco de contaminação, como campeonatos, exposições, feiras, concursos, empréstimos de reprodutores, chegada ao novo criatório, etc. 'Este princípi9 ativo mantém os pássaros imunes ao desenvolvimento dos esporocistos de coccidias no epitélio do trato digestivo por até 60 dias (longo período no qual, sem ele o ciclo já teria se completado e se refeito). Caso o c1opindol seja suspenso, e o ambiente de criação dos pássaros estiver muito contaminado, este estágio de latência da coccidiose pode se manifestar, à medida que o parasita retoma seu desenvolvimento. Auxilia no controle e tratamento da coccidiose nas fases mais críticas da criação dos pássaros e de outras aves.

Sulfas: agem nos estágios sexuais e nos esquizontes de segunda geração. Quando usada indiscriminadamente, em tempo e dose errados, pode provocar síndrome hemorrágica, diminuição de produção de ovos, redução do ganho de peso, casca do ovo rugosa e fina, lesões renais ou hepáticas, e finalmente a azospermia nos machos (ou seja, ausência de espermatozóides no esperma, dando ovos brancos por tempo indeterminado, variando de 30-40 dias).

Recomendação: 8ulfas; a dose dependente do produto; não utilizar em reprodutores na fase de fertilização.

Quinolonas: (nequinato - 8tatil) age sobre o esporozoítos e trofozoíto. 8ão insolúveis em água, o que dificulta seu consumo e absorção pelas aves, aumentando a resistência das coccidias. Possui baixa toxicidade. Tem tendência maior que os outros a proporcionar resistência medicamentosa. As quinolonas anti-bacterianas não agem sobre as coccidias e vice-versa. Recomendação: 8tatil; não el1contramos o produto no mercado, pois a avicultura parou de utilizar.

lonóforos: usados para frangos de corte, portanto não vamos entrar em detalhes. Agem sobre trofozoíto e esporozoítos, inibindo a bomba de sódio e potássio, podendo gerar toxicidade em 24 horas de uso excessivo, ou falta de água, levando as aves a morte.

Recomendação: usados apenas para animais de produção; sua indicação pode causar morte em 24 horas nas doses erradas, pois agem no equilíbrio hidroelétrolítico.

Amprólio: age em esquizontes de primeira geração (3°dia do ciclo) e fase sexuada. Pode competir com as aves pela vitamina Tiamina, causando uma hipovitaminose.

Recomendação: prevenção e controle; uso contínuo.

Nitrofuranos: possuem atividade anti-bacteriana e coccidiostática. Seu mecanismo de ação exato é desconhecido. A nitrofurazona é um pó cristalino, amarelo, sem odor ou sabor levemente solúvel ém água. Ocorrem problemas de espermatogênese em frangos, com atrofia do epitélio germinativo testicular, tanto por uso excessivo ou em casos de intoxicação. Já as furazolidonas são usadas como coccidiostáticos para frangos. Produz sintomas neurológicos quando usada em associação com amprólio ou usadas em dose excessiva (foram proibidas no território brasileiro) Recomendação: proibido no Brasil- causa de resistência bacteriana hospitalar.

Tratamento Homeopático

São medicamentos indicados para diarréia, como Arsenicum album 6CH; ou Podophylum 6CH; ou Colocynthis 6CH; Escolha uma medicação pela similitude, use na dose de 10 gotas em 2 litros de água, devendo haver melhora do quadro em 48 horas; ou então, troca-se à medicação.

Prevenção Geral para criações de canários

Exames Parasitológico Preventivo:

1. Todo ano, antes da temporada de criação, realizamos exames parasitológicos de fezes para termos a idéia precisa de como está nosso criatório. Tais exames são realizados mesmo que nossa criação tenha sido perfeita no ano anterior. O Criador também pode realizar exames em laboratório de sua confiança.

2. Coleta: comprar coletor de fezes com conservante vendido em qualquer farmácia. Coletar as amostras de fezes de machos separadas das fezes das fêmeas e dos filhotes. Para cada coletor recolha fezes de no máximo 12 aves de um grupo de 40 aves (20-25%). Envie por sedex ou sedex 10. As aves não podem ter recebido medicação por no mínimo 5 dias antes da coleta do material. Estes exames poderão ser realizados antes da colocação dos ninhos e repetidos entre a 28 e 38 postura. Neste tipo de exame são verificadas as presenças dos seguintes parasitas: coccidiose, vermes, giárdia e controle de piolhos e ácaros de penas que quando comidos pelas aves tem sua carcaça vista no exame.

Nós aplicamos mecanismos de prevenção todos os anos e durante toda a criação, como por exemplo, uma boa higiene, boa ventilação, e uma alimentação balanceada. A prevenção e cura de nossos canários frisados parisienses é estabelecida com medicações alopáticas específicas, Suplementação Vitamínica e de Minerais, e Homeopatia. A Homeopatia é usada durante todo o ano. As aves que recebem homeopatia têm maior resistência física aos transtornos de mudanças de tempo e outros infortúnios.

Homeopatia: Mandar fazer os seguintes medicamentos e usar de rotina. (Usar esta água como única fonte de bebida podendo ser usada com vitaminas).

Thuya occidentalis 12CH, Salmonella 12CH e Colibacillinum 12CH elaborados em 1 frasco de líquido usando na dose de 10 gotas em 2 litros de água durante 30 dias seguidos, mantendo a medicação 1 vez por semana na criação e na papinha de filhotes (1 gota em 50ml). Podem ser usados junto com outras medicações na mesma data.
Berberis 6CH; Chelidonium 6CH, Quercus 6CH 1 frasco líquido e fazer a diluição diária de 10 gotas em 2 litros de água de bebida 1 ou 2 vezes por semana para desintoxicação e estruturação de fígado, baço e rins.
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Mensagem por CÉLIA MARIA CAYRES Qui 19 Dez 2013, 19:49

Boa noite amigos do Universo dos Canários !

Martín,

Esse artigo é ótimo.

Bem informativo, mostra a importância da prevenção que é o melhor remédio.

Cita as medicações que podem ser aplicadas e as reações, o cuidado com a dosagem.

É importante fazer os exames para verificar se há doenças instaladas nos nossos pássaros.

Obrigada por compartilhar suas pesquisas com todos nós !   

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Mensagem por oliveira Dom 15 maio 2016, 13:07

muito bom seu artigo sobre coccidiose , gostaria de saber se trissulfim po serve para coccidiose
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Mensagem por José Carlos Pereira Qui 19 maio 2016, 17:38

Criadores, nossas avós, Darwin e Mendel.
Há algum tempo um amigo, também médico e criador de curiós aqui no interior, disse-me que boa parte dos criadores de pássaros no Brasil não sabia da existência do evolucionista Darwin e nem de Mendel e suas leis sobre a transmissão dos caracteres genéticos. Mas comia ervilha. E riu gostoso.
Nesses quesitos nossas avós, a minha e a de muitos de vocês, davam de dez. Todos já ouviram “tal pai, tal filho” ou “cara do pai (ou da mãe)”, mostrando que já absorviam Darwin e Mendel. E muitos criadores ainda não souberam sobre Pasteur; nossas avós já intuíam que as doenças não surgiam por geração espontânea, como mostra o “melhor evitar do que remediar”.
E daí com os ditos das nossas avós
Pois têm muito a ver quando vemos os enorme interesse por tratamento e não pelo “evitamento” . Todos têm um tratamento na ponta da língua para isso ou aquilo.
Vamos lá:
1-      Usar cruzamentos consangüíneos muito fechados poderá levar, entre outros problemas, a baixa fertilidade e menor resistência contra doenças. Além de aumentar a possibilidade do surgimento das taras hereditárias. Conhecer a heterose é uma boa.
2-      Usar na criação pássaros subnutridos (e aqui deve ser levado em conta a chamada fome oculta), em más condições físicas... é “jogar contra o patrimônio” ou “dar mole pro bandido”; indivíduos em  mau estado gerarão filhos mais suscetíveis a doenças. Afinal, “não se tira água de pedra”.
3-      Doenças não surgem do nada (Pasteur, o sábio da École Normale Supérieure). Têm causas e praticamente todas podem ser evitadas com medidas simples. Higiene, nos seus diversos aspectos físicos, mentais e ambientais  é item obrigatório para a saúde de qualquer animal. E os pássaros não são exceções, embora alguns pensem diferente e “remam contra a correnteza”. Animais mantidos em locais úmidos, escuros nos quais o sol é persona non grata; mantidos em habitáculos pequenos nos quais somente pulam e não voam, como os usados para os ditos treinamentos ou encartamentos ou como queiram chamar esses suplícios; mantidos em corredores ou varandas expostos a intempéries quando o cara está lá dentro embaixo do edredom; mantidos horas em enfrentamentos que causam desgaste psicológico enorme; alimentos colocados para durar dias, assim como a água; papel do funda da gaiola trocado semanalmente;  e as grades? Nem me falem; poleiros imundos, de diâmetros e materiais inadequados... bem, fico por aqui para não ser chamado de xiita do Ibama.
Parafraseando o célebre “de médico e louco todos temos um pouco”, poderíamos dizer “de veterinário e louco todos temos um pouco”. Em IDH estamos na rabeira, mas no consumo de medicamentos estamos nas pontas. Claro, sobraria para os pássaros, submetidos a tratamentos irracionais e de orelhada.  Chegam ao cúmulo de colocar antibióticos e quimioterápicos nas rações para prevenir “coccidiose”, “megabacterías” e o raio que os parta, como diria meu pai.  Orra, mano, a maioria dos parasitas completa ciclo de vida fora do organismo, no ambiente. Esse limpo, nada feito... Morou na prosopopéia?
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