UNIVERSO DOS CANÁRIOS
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MANEJO DE COLEIRO PARA TORNEIO.

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Mensagem por MARTÍN Ter 05 Ago 2014, 21:58

MANEJO DE COLEIRO PARA TORNEIO


Manejo de coleiros - Parte 1


Amigos;
No decorrer das últimas semanas pude observar uma enxurrada de perguntas sobre como aprontar um pássaro depois que ele sai da muda, como fazer para um pássaro render mais em torneios ou puxadas, como fazer um pássaro aceitar fêmea, etc, etc.... Vou tentar passar para vocês abaixo um “básico” da criação de coleiros mas não vou dizer quantas penas ele tem em cada asa, não vou dizer dizer como reproduzir em cativeiro nem tampouco entrar em tamanhos de gaiola até porque existe uma matéria nesse site de autoria do Aloísio que é formidável para quem tenha as dúvidas sobre os assuntos acima. O que vou passar agora são os tão falados macetes ou manejo correto como assim prefiro chamar.

Quem já criou outros pássaros bem sabe que os coleiros tem um jeito todo especial para aprontar. Alguns pássaros aprontam sozinhos, outros nem mesmo param de cantar na muda mas com alguns coleiros é diferente. A primeira recomendação que dou é a de não deixar os pássaros fazerem muda em lugar escuro! Normalmente ouvimos que os pássaros em muda não devem ser mexidos e que devemos deixa-los com capa e quietos em um ambiente de penumbra e tal. Isso esta completamente errado! Na natureza os pássaros em muda entram realmente em um tipo de recesso canóro e procuram limitar suas atividades diárias mas isso não quer dizer que virem estátuas e não interajam mais com o mundo a sua volta.

O pássaro deve fazer a muda em um local tranquilo, de preferencia sem ouvir piados de fêmeas nem de outros machos que talvez estejam mais prontos e possam perturbá-lo, mas esse local não deve ser escuro, muito pelo contrario. Procure colocar o pássaro em uma gaiola maior para que ele faça a muda, de preferencia a gaiolas mais compridas, tipo voador para que o pássaro posso voar a vontade e se exercitar mais já que em períodos de muda os pássaros tendem a engordar. Coloque-o em um local arejado (arejado, não com correntes de ar) e claro. Sempre que possível coloquem os pássaros no sol da manhã, isso despertará o pássaro e fará com que o mesmo tenha logo de cara uma postura diferente de quando estava no prego, sem contar que o sol é benéfico para a formação e manutenção das penas e para os ossos do pássaro. Se houverem outros cômodos tranquilos na casa procure variar de prego. Coloque o pássaro alguns dias em um cômodo e alguns dias em outro. Isso servirá para quebrar um pouco o tédio e a monotonia em que o pássaro se encontra devido a muda.

Lembrando que a monotonia é um dos fatores agravantes para que o pássaro demore para voltar a cantar após a muda. Assim como nós os pássaros tem quadros de stress e depressão e a simples troca de pregos durante o periodo de muda normalmente evita que tais sintomas se alonguem quando o pássaro terminar a mesma. Procure ministrar um polivitamínico para o pássaro duas vezes por semana, nessa dose não implicará em maiores problemas. Bom amigos, é um assunto longo e em breve darei continuidade ao mesmo passando o manejo correto para o período pós-muda dos coleiros.
Um abraço a todos;
Daniel Mendes (COLEIRISTACARIOCA)

Manejo de coleiros - Parte 2


Vamos a segunda parte dessa matéria, o período pós-muda do pássaro. Partindo do princípio que tudo que foi dito na matéria anterior foi seguido, os pássaros sairam da muda sem maiores problemas ou complicações e estam prontos para um manejo um pouco diferente do que foi dado e ele na muda. É nessa época que surgem vários dos problemas postados pelos amigos no grupo de discussão. Um dos erros primários cometido por muitos é ter o seguinte pensamento : “Bom, meu pássaro já saiu da muda e eu estou doido para puxá-lo. Então, vou dar fêmea pra ele que ele vai voltar a cantar logo.” ERRADO! Na maioria dos casos isso irá atrasar o pássaro ainda mais pois o mesmo ainda não está preparado para ver fêmea. Tal procedimento pode acarretar em mudas repetidas, falta de fibra e pássaros inconstantes. Estar com a muda seca, com as penas certas e novas não quer dizer que ele já entrou em processo de procurar um par. Para entender isso é só simularmos essa mesma situação na natureza. O período de muda/recesso canóro é normalmente no outono/inverno e o período de procura de par e reprodução é na primavera/verão. Isso mostra claramente que existe um tempo até que o pássaro volte a se interessar por fêmeas novamente. É óbvio que não será necessário esperar 4 meses ou o fim de uma estação para que seu pássaro aceite novamente fêmea já que em cativeiro as coisas andam um pouco mais rápido, mas a idéia de aprontar o pássaro primeiro para depois dar fêmea continua valendo. Outro erro comum é aquela velha história de “dar uma talinha pra esquentar” ou seja, ficar esfregando o pássaro em outro para ver se ele já esta com ordem.

Em alguns casos, dependendo do pássaro, talvez ele realmente já esteja com uma certa ordem, mas podem ter certeza que ela nem se compara a ordem real que ele pode ter depois de realmente pronto. Se coloquem na situação do pássaro : Vocês estam vindo de um recesso de um ou dois meses, parados, com momentos febris e de mal estar constante. De repente, sentem uma leve melhora, mas ainda não estam seguros de si. Aí vem um cara e fica te instigando para brigar com outro, e com outro, e com outro. Ninguem aguenta! Pode parecer engraçado mas essa é a melhor maneira de compreender uma coisa : O pássaro não é máquina! Não tem cordinha para puxar! Tal procedimento pode acarretar em pássaros incostantes, repetição de muda e falta de fibra. Percebem agora como nós mesmos criamos a maioria dos problemas postados?

Agora é a hora de mexer com o seu pássaro de uma maneira que talvez ele não seja mexido a alguns meses. Passeio, muito, mas muito passeio. E nesse momento, é a única coisa a ser feita. Coleiros são conhecidos por alguns passarinheiros aqui no Rio como “pássaro de criança” pois assim como elas, gostam de rua, de bagunça, de baderna. Leve o pássaro para ir comprar pão, quando for jogar uma bola leve-o a tira-colo e pendure-o em uma arvore ou prego próximo, se for a casa de alguem e puder, leve-o. Se tiver áreas com mato, pendões e pássaros soltos próximos a sua casa então, melhor ainda. Leve-o lá, pendure-o, deixe ele se sentir bem, deixe ele observar o ambiente a sua volta, ver os pássaros soltos. Faça tais procedimentos diariamente, ou sempre que puder. Com certeza absoluta, no decorrer de algumas semanas você verá que seu pássaro estará com uma postura e uma fogosidade bem diferente. O tempo vária de pássaro para pássaro, mas isso normalmente não leva mais do que algumas semanas. Se o pássaro não for do tipo que aceite fêmea, ele estará pronto no fim desse período/procedimentos. Caso ele seja do tipo que apronta de vez com fêmea, ainda faltam alguns detelhes a serem feitos. Bom, deixarei tais detalhes para a próxima matéria. Um abraço a todos.

Manejo de coleiros - Parte 3


Última coluna que faltava para fecharmos esse assunto interessante que é o manejo de coleiros. Acho que talvez essa seja a coluna de maior valor, pois não vejo na internet e nem em nenhuma revista especializada tais dicas nem nenhuma semelhante. Já falei sobre o período de muda, falei sobre como manejar corretamente o pássaro no pós-muda e vou terminar agora com um assunto mais complexo e às vezes difícil até para mim que já “sofro” para aprontar nossos amigos coleiros já tem um tempo. Como dar fêmea a um pássaro para faze-lo render mais. É difícil mesmo gente, não há uma fórmula correta, não a um jeito infalível, pois cada pássaro é um pássaro, cada coleiro aceita ou não de um jeito peculiar e às vezes, o que funcionava em um pássaro não irá funcionar para outro. Vou passar pra vocês táticas que eu vi funcionar com pássaros de amigos meus e algumas com meus próprios pássaros.

Primeiro de tudo: Só tentar qualquer uma das dicas abaixo após o pássaro estar cantando por ele mesmo e com a muda seca. Porque? Por que alguns pássaros podem desandar completamente se tiverem contato com fêmeas quando ainda não estão no mínimo, semiprontos. Às vezes ficam corridos, param de cantar, fazem repasse de muda ou até mesmo fazem a muda toda de novo! Isso vale para todos os pássaros? Não...Alguns só de ver a fêmea, mesmo estando em muda, se animam, se alertam e cantam. Mas essas dicas não são para esses pássaros, são justamente para os pássaros que tem um segredo, que tem aquele jeito todo chato e especial para aprontar. Lembrando também que é recomendável que a fêmea esteja senão pronta, semipronta pois de nada adianta colocar uma fêmea que não macheie, que não voe com ordem, ou que ao menos não pie para levantar coleiros.

Vamos as dicas: Coloque a fêmea em uma gaiola pequena, tipo a que usamos para os coleiros machos. Coloque um ninho nessa gaiola e forneça também sizal, fibra de coco ou barba de velho para que a fêmea tenha com o que aninhar caso queira. Coloque a gaiola do macho acima da gaiola da fêmea com os mesmo complementos que colocou na gaiola da fêmea (com exceção do ninho. Alguns coleiros se assustam quando o ninho é colocado na gaiola dele, olham meios desconfiados e alguns até correm, esfriam assustados. Observe seu coleiro para ver se ele aceitará o ninho em uma gaiola tão pequena), de maneira que ele não a veja, somente a escute. O ideal é colocar um prego encima do outro e colocar a gaiola do macho no prego de cima. Procure fazer isso em um local claro, pois isso estimulará os pássaros a cantarem, piarem e começarem a interagir. Não há tempo certo para deixa-los nessa posição. Depende de coleiro para coleiro, a observação ira ajudar muito nesse momento. Caso essa maneira não adiante se pode tentar encapar o macho, encapar a fêmea ou encapar os dois.
Outro jeito que existe é colocar a gaiola da fêmea ao lado da gaiola do macho. Tente colocar ele encapado e ela desencapada. Alguns coleiros se animam e respondem bem ao ver a fêmea pela capa enquanto a mesma voa em sua gaiola. Por isso é recomendável que a capa tanto dele quanto dela seja de um tecido fino, que favoreça tal visualização. Caso isso não adiante, inverta a capa e coloque nela e deixe-o desencapado. Por último pode-se tentar encapar os dois. Um fato curioso: Em vez da capa pode-se tentar colocar um compensado, um jornal ou o que seja entre eles e fazer um furinho no meio.

Isso mesmo! Um furinho. Existem coleiros que gostam de ver a fêmea por esse furinho e ficam doidos. É engraçado mas dá certo em alguns casos, um dos meus coleiros só apronta assim. O furo deve ser do tamanho da unha do dedinho da mão mais ou menos. Uma maneira também é colocar a gaiola da fêmea a uma distância de 4 ou 5 metros da do macho e encapar ela (com uma capa fina!!). O ideal é que de onde ele fique tenha total visão da gaiola dela. Pode-se tentar deixar ambos desencapados também, mas nesses casos, recomendo uma distância inicial maior, talvez uns 6 metros e ir chegando mais perto dependendo da reação do coleiro. Alguns coleiros gostam de voar junto com a fêmea (Tal dica é arriscada...Dependendo da fogosidade da fêmea e do grau de aceitação dele perante o macho, ele pode acabar levando uma surra ou o contrário também pode acontecer...CAUTELA!).

Nesses casos, é recomendável um voador bem grande, do tamanho do que é usado para criar canários da terra e se possível for, maior. Coloque ninho, sisal, fibra de coco, barba de velho, o que lhe convir, mas sem excessos. Solte primeiro a fêmea, deixe-a nesse voador por um dia e no dia seguinte, coloque o macho. Caso isso não de certo se pode tentar fazer o inverso, soltando primeiro ele, dando um tempo e depois ela. Explicação? A maneira como cada um demarca seu território influencia nesses casos. A grande maioria dos coleiros gosta de ver outros de sua espécie soltos, ainda mais se os que estão soltos sejam fêmeas. Pode-se tentar simular isso em um quarto (não cômodo pequeno, um quarto). Coloque a gaiola do macho pendurada, seja em um prego na parede, em um gancho no teto, o que seja. O importante é que ele não fique no chão porque pode se distrair com você ou com a proximidade do chão e ignorar a presença da fêmea. Deixe-o se acostumar um pouco no quarto, dar uns cantos de preferência e após isso entre com a gaiola da fêmea, deixe-o ver ela à distância e solte-a no quarto. Cuidado com armários, cômodas ou algo em que a fêmea possa ficar presa, o importante é não estressa-la demais pois esse procedimento se não for feito corretamente, pode ser traumático para o pássaro. O tempo varia mas não recomendo mais do que 5 minutos por vez. Bom amigos, os jeitos e macetes que conheço são esses se não me falha a memória. Caso eu lembre de mais algum prometo postar no grupo para conhecimento de todos vocês. No mais, é isso. Espero que essas colunas venham a ajudar bastante a todos que assim como eu gostam de criar nossos tão queridos amigos : os coleiros.

Evite deixar o coleiro fazer muda próximo de fêmeas;
Procure deixar o coleiro em local claro e arejado, porém sem incidência de correntes de ar;
Sempre que possível dê banho de sol pela manhã;
Após o pássaro enxugar a muda, passeie bastante com ele pela manhã e ao chegar em casa coloque-o em um passeador ou voador, deixando-o durante todo o dia para o mesmo se exercitar. Repita este procedimento sempre que puder, durante vários dias;
Quando sentir que o pássaro está aprontando, (cantando com mais desenvoltura), caso o seu coleiro aceite fêmea, procure aproximá-lo da fêmea, sem se verem, pelo menos durante uma a duas semanas, depois comece a mostrar a fêmea de vez em quando e em seguida deixem dormir próximos um do outro, onde o macho só veja a fêmea pela janelinha da capa, afastando-os no dia seguinte de forma que ele só ouça o piado da fêmea durante todo o dia;
Após esses cuidados, caso deseje participar de rodas, na noite anterior ao torneio, procure deixar o coleiro ao lado da fêmea, em local tranquilo, onde não haja incidência de raios de luz elétrica.

Um abraço;
Daniel Mendes
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