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Influência da nutrição e do manejo com o envelhecimento das aves de gaiola

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Mensagem por UNIVERSO DOS CANÁRIOS Dom 07 Jul 2013, 08:33

Influência da nutrição e do manejo com o envelhecimento das aves de gaiola

Afonso Babra Garcia* - Espanha
* Membro da Comissão de Pesquisas Ornitológicas da Confederação Ornitológica Mundial
Fonte: Atualidades Ornitológicas nº 132 - Julho/Agosto 2006 - [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

Introdução
Este trabalho pretende apenas assinalar a possível coincidência entre a qualidade controlada da dieta alimentar administrada às aves de gaiola, complementada com uma higiene e um manejo especial do criadouro e sua relação com o envelhecimento dos canários e demais aves de companhia. O conceito de envelhecimento-doença pode ser empregado na ornitofilia para associar diversos problemas de salubridade ambiental, embora não se deve esquecer as circunstâncias patológicas de natureza metabólica e nutricional que podem produzir-se como conseqüência da administração reiterada de uma dieta mal balanceada ou desequilibrada em micronutrientes, tanto pelo seu excesso como pela sua carência.

Como foi dito a dieta administrada às aves de companhia pode ser excessiva ou carencial em algum dos nutrientes que a integram ou na quantidade de macro minerais que contenha, o que a torna desequilibrada já que nociva para a saúde das aves que a ingerem, circunstâncias que devem ser
cuidadosamente observadas e controladas pelo criador. O conforto das aves nas gaiolas, a planificação da instalação de um número de comedouros e bebedouros suficientes, e evitar a massificação de exemplares num mesmo hábitat, o controle das ondas de calor, a duração adequada das horas de luz no criadouro, o controle periódico de insetos, evitar as mudanças bruscas de temperatura etc. são circunstâncias que constituem elementos importantes que influem e conformam a qualidade do manejo especializado.

O que é o envelhecimento
Generalizando, pode-se dizer que o envelhecimento de todo ser vivo deve ser considerado como um conjunto seriado de trocas moleculares progressivas e acumulativas, de caráter degenerativo que com o passar do tempo podem tornar patogênicos e levar a perdas de importantes funções orgânicas e imunitárias que finalmente causam morte. Todas as espécies de seres vivos envelhecem de uma maneira mais ou menos progressiva já que a partir do seu nascimento padecem de maneira continuada, trocas e alterações degenerativas que de forma inexorável e universal deterioram sua fisiologia e, por conseqüência, diminuem suas expectativas de vida.

Autores especializados opinam que a interação da genética exerce grande influência em relação com o protocolo do envelhecimento que possuem as diversas espécies e famílias de seres vivos, critério que é compartilhado de maneira majoritária pelos que na atualidade praticam a ornitofilia. É fácil observar e comprovar na prática diária desta atividade, a redução progressiva da taxa de imunidade e a crescente
fragilidade vital de um importante número de exemplares de determinadas raças ou variedades de aves ao contrário da rusticidade e vitalidade que possuem outras.

Viver é envelhecer, portanto viver é mudar
Envelhecer é um fenômeno multifatorial que afeta de maneira negativa e progressiva todos os níveis da organização biológica dos seres vivos, o que ocasiona que atualmente nossas aves de companhia possuam uma maior predisposição para fragilidade, para desenvolver determinadas patologias degenerativas ou infecciosas. A maioria das aves de companhia que existe nos criadouros nasceu em cativeiro e foram anilhadas no ninho pelos criadores; graças a isto se pode conhecer o ano do nascimento e, portanto, a sua idade. As normas internacionais de anilhamento patrocinadas pela
C.O.M. permitem e facilitam que possamos considerar a possibilidade de que num futuro próximo possuamos estatísticas cronológicas confiáveis da longevidade média real das aves de gaiola, questão que é praticamente impossível de asseverar nas aves nascidas em liberdade, em plena natureza. Existem casos destacáveis de canários que conseguiram alcançar uma longevidade de doze e inclusive mais anos de vida, embora na atualidade é comum que numerosos exemplares alimentados com dietas adequadas, tratados com manejo e higiene bons, a taxa média de vida ativa reprodutiva pode considerar-se que é de uns quatro a seis anos.

Segundo a Teoria Evolucionista, esta expectativa de vida pode ser uma conseqüência de que os seres vivos têm se adaptado ao contexto de um processo lento e progressivo para subsistir em condições adversas climáticas ou ambientais, para serem capazes de resistir a ação agressiva e oxidativa prolongada, produzida pela ingestão de elementos ou de agentes radicais livres com o conseguinte dano que ocasionam ao organismo. Segundo a Teoria da velhice programada por via genética, os genes próprios de cada ser vivo são os que predeterminam a velocidade do envelhecimento dos sujeitos de sua espécie, devido possuir a informação relativa à prolongação do ciclo vital das células de seus órgãos mais importantes. Quando em um momento determinado estes começam a deteriorar-se e a funcionar
mal, tornando-se incapazes de manter com vida o ser afetado. Talvez a Teoria da velhice programada geneticamente possa ser considerada como uma proteção real da espécie, já que os sujeitos velhos e decrépitos adoeçam e morram com a velocidade e cadência necessária para poder dar lugar á presença e atuação de novos indivíduos jovens e sãos.

Trocas fisiológicas e corporais
Certamente viver leva implícito trocar, embora o envelhecer não pode nem deve ser considerado uma doença. Como conseqüência de ditas trocas, as aves de gaiola com mais de quatro anos de vida reprodutiva podem ser sujeitos frágeis, vulneráveis e, especialmente, propensos a manifestar algumas características sanitárias deficitárias. E por isso que a partir da citada idade, salvo em contados casos de uma mutação ou da transcendência de um patrimônio genético muito especial, considera-se que ditos
exemplares já tenham esgotado sua capacidade reprodutora. A idade biológica guarda uma relação direta com as diversas etapas e circunstâncias para que atravessem as aves de gaiola durante sua vida, já que o envelhecimento biológico pode afetar de maneira diferenciada os diversos órgãos e suas funções. Os mais freqüentes podem ser do tipo funcional como conseqüência da interação de elementos biológicos que refletem fielmente o estado geral de salubridade e mobilidade, o que pode gerar uma notável perda de agilidade nos seus deslocamentos.

Conclusões
As aves de gaiola, como a maioria dos seres vivos que têm uma duração de vida reprodutiva relativamente breve, acumulam no transcurso cronológico de sua existência uma série de mudanças vitais progressivas que acompanhadas de alterações degenerativas que se manifestam de maneira seriada desde o nascimento até sua morte.

Os avanços científicos dos últimos anos nos tem dotado de todas as ordens de um amplo leque de meios técnicos, instalações, métodos vários e a indústria farmacêutica de uma ampla gama de medicamentos capazes de influir de maneira importante na melhora e prolongamento da qualidade de vida.

Aproveitando a importância do controle e da supervisão veterinária especializada, o criador de aves
de gaiola e companhia extrema o controle da dieta alimentícia do seu criadouro, se esmera no manejo do
mesmo, cuida de manter e melhorar um alto nível de higiene e salubridade dos seus exemplares, de possuir instalações atualizadas e confortáveis capazes de conseguir para suas aves um envelhecimento agradável, controlando os fatores ambientais adversos, com a finalidade de retardar a deterioração funcional própria da velhice. Tudo isto pressupõe para as aves de gaiola uma melhor reserva fisiológica e, portanto, um menor risco de doenças o que leva a uma melhor expectativa de vida para os canários e outros passeriformes de companhia.
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