Criação de Canários da Terra (Sicalis Flaveola)
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Criação de Canários da Terra (Sicalis Flaveola)
Criação de Canários da Terra (Sicalis Flaveola)
A reprodução de canários da terra em cativeiro já se encontra bastante difundida, inclusive com a obtenção de uma série de mutações. Essas aves reproduzem-se muito bem em gaiolas apropriadas. Técnicas de manejo adequadas, higiene e iluminação do criadouro e alimentação balanceada e de qualidade, são requisitos fundamentais para que a criação desta ave seja bem sucedida, porém tais requisitos não são específicos para a criação destas aves, devendo ser observados para quaisquer outras aves criadas em cativeiro.
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Os canários da terra são pássaros bastante diversificados no que tange à alimentação, alimentando-se de um grande número de sementes e sendo também apreciadores de algumas frutas, verduras, legumes e insetos. Sua base alimentar é constituída de sementes, excluindo algumas mais oleaginosas, tais como a colza e a linhaça. As sementes fornecidas para este pássaro podem ser em misturas, pois não há tendência em
procurarem especificamente as que mais lhes agradam, descartando as demais para o assoalho da gaiola.
A base da alimentação pode ser constituída por uma mistura de alpiste, painço amarelo, painço verde, painço vermelho e painço preto, arroz integral quebrado, trigo integral quebrado e senha.
Apreciam muito algumas frutas, verduras e legumes, dentre os quais podem ser citados a laranja, a maçã, a couve, o almeirão, o agrião, a rúcula, a escarola, o jiló, o pepino e o maxixe.Também apreciam muito o milho verde, especialmente as espigas que apresentem grãos
mais tenros.
Uma fonte de cálcio deve ser fornecida o ano todo, principalmente para as fêmeas, que utilizam grandes quantidades deste mineral na composição da casca dos ovos. A farinha de ostra ou o “osso de siba” são as melhores alternativas para o fornecimento de cálcio.
Canários da terra também apreciam quirera de milho e farinhadas, que podem ser fornecidas secas ou umedecidas, e estas constituem grande fonte de proteínas, indispensáveis aos períodos de muda de penas e alimentação dos filhotes.
São pássaros que apresentam entre 13 a 15 cm de comprimento, dependendo da região geográfica de ocorrência e, no Brasil recebem as mais variadas denominações conforme sua distribuição geográfica, ou seja: canário da terra, chapinha, canário da telha, canário de briga, cabecinha de fogo, canário de bulha e outras denominações regionais, podendo ser encontrados no Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás.
Quando adultos apresentam algumas diferenças de tonalidade no que tange à cor, em conformidade com a região de ocorrência, havendo pelo menos duas subespécies diferentes de canários da terra: o canário da terra verdadeiro (Sicalis Flaveola Brasiliensis → do grego sikalis ou sukalis → pequeno pássaro de cabeça preta e flaveola → do latim → diminuto de flavus = amarelo ouro.
O termo brasiliensis refere-se ao Brasil) e o canário da terra pardo (Sicalis Flaveola Pelzelni → do grego sikalis ou sukalis → pequeno pássaro de cabeça preta e flaveola → do latim → diminuto de flavus = amarelo ouro.
O termo pelzelni foi dado em homenagem a August Von Pelzeln (1825 – 1891), ornitólogo austríaco) também conhecido pelos nomes populares de canário da terra do Sul, canário do Oeste, canário do Mato Grosso, canário da horta, canário da terra cinzento, canário do campo, e outros nomes regionais, tendo este coloração cinzaamarelada, não tão intensa como a primeira subespécie aqui citada.
A subespécie brasiliensis habita o território brasileiro, nos Estados do nordeste do Brasil, a partir do Estado do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte até Alagoas, e também na região central, Estados de Goiás, Tocantins e Minas Gerais e região Sudeste, Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
A subespécie pelzelni habita o Brasil, nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e sul e sudoeste do Estado do Mato Grosso do Sul, ocorrendo, também, no Uruguai, Paraguai e Argentina.
Os filhotes de ambas as subespécies, são sempre da cor cinzenta ou parda, independente do sexo. Quando adultos, os machos têm cor predominante amarela, principalmente na cabeça com tons avermelhados, e as fêmeas tomam um tom pardo ou amarelo misto com estrias escuras.
Existe ainda outra subespécie bastante peculiar denominada Sicalis Flaveola Valida, a qual habita regiões andinas do Peru, Equador e Bolívia esta
subespécie apresenta indivíduos de porte bastante superior às outras duas (14 a 15 cm) e a coloração dos machos e das fêmeas é bastante semelhante quando adultos.
Há ainda outra subespécie denominada canário da terra da Venezuela (Sicalis Flaveola Flaveola) a qual se assemelha muito à espécie anterior, porém de menor porte (13 a 14 cm), habitando o território brasileiro, em partes do estado do Acre e Amazonas, na região fronteiriça com a Venezuela. Esta subespécie é peculiar na Venezuela e Colômbia.
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O canário-da-terra faz ninho, na natureza, em cavidades, chegando a utilizar freqüentemente fendas existentes em taquaras, ninhos abandonados de joão-de-barro, assim como crânios de gado dispostos para tal em estacas. Há referências a ninhos colocados no telhado das casas.
São extremamente territorialistas e agressivos na defesa do ninho, chegando a atacar aves muito maiores que dele se aproximem. Em cativeiro, reproduzem-se facilmente em gaiolas de 70x40x30 cm, com uma caixa para ninho com 15 cm de lado e que tenha um furo para entrada. Recomenda-se que sejam colocados apenas dois poleiros com diâmetros não inferiores a 10 mm.
CAIXAS-NINHOS: Como o canário-da-terra utiliza, na natureza, como local de nidificação, buracos, ocos ou cavidades, é importante colocar, nas gaiolas de criação, caixas-ninho de madeira, com tamanho variando entre 20 a 25 cm de comprimento e 10 a 12 cm de altura e 12 a 14
cm de largura, medidas interiores.
A caixa-ninho deve ter um buraco de entrada, uma tampa móvel para observação na parte superior, uma grade protetora (para evitar fugas) e duas dependências internas, isto é, dois compartimentos interligados e separados por um pequeno tabique de madeira, colado no piso da caixa. Na parte reservada ao menor compartimento (parte do fundo) é o local onde a taça do ninho será construída.
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MATERIAL PARA NINHO: O ninho poderá ser composto dos seguintes materiais: fios de saco de aniagem (juta ou estopa) com 8/10 cm de comprimento, fios de crina e/ou rabo de cavalo, raízes de capim amargoso, erva cidreira, etc, radículas, talos e folhas secas de gramíneas ou
capim, fibras de sisal, fiapos e tiras finas e macias que revestem troncos de coqueiro, palha de milho, gavinhas e gravetinhos bem finos e flexíveis, lascas de folhas secas de bananeira, lã desfiada entre outros materiais. Estes materiais devem ser fornecidos em quantidade suficiente
para que a taça do ninho possa ser construída dentro das caixas-ninho.
As gaiolas de criação não devem ser posicionadas umas em frente das outras, mas uma ao lado da outra, com vedação entre elas, para que os reprodutores de uma gaiola não possam ver os seus vizinhos. Se os casais tiverem acesso visual ocorrem brigas e a criação se inviabiliza.
Quando prontas para procriar, as fêmeas começam a emitir uns trinados baixos e seqüenciados, bastante característicos, momento esse que deve ser fornecido material para confecção do ninho. Em seguida, começa a carregar todo o material fornecido para o interior do ninho. Nesse instante, basta colocar o macho junto à fêmea e logo iniciarão a cópula.
Vale salientar que os machos incentivam bastante às fêmeas a iniciarem a confecção dos ninhos, carregando freqüentemente o material fornecido para que estas se sintam inclinadas a fazê-lo rapidamente. Um macho pode ser utilizado para diversas fêmeas, pois estas chocam e tratam os filhotes sem a dependência deste.
Sendo pássaros territoriais, não se faz recomendável que se visualizem durante a reprodução, sendo necessário proceder ao fechamento lateral das gaiolas de tal forma a evitar que isso ocorra. Basicamente podese optar por dois estilos de criação: a monogamia ou a poligamia. A monogamia é o sistema onde há formação do casal em caráter permanente, e os dois pássaros são responsáveis por alimentar os filhotes.
✓ Vantagens da criação por monogamia:
• Menor trabalho com manejo reprodutivo;
• Maior facilidade na alimentação dos filhotes.
✓ Desvantagens da criação por monogamia:
• Necessita de gaiolas com maiores dimensões;
• Necessita de espaço maior para criação;
• Riscos de agressões aos filhotes;
• Melhoramento genético lento;
• Menor produtibilidade.
Nestas condições a fêmea quase sempre se comporta como se fosse a dona do território, exercendo dominância, chegando muitas vezes a demonstrar agressividade na presença do macho. O macho, em geral, demonstra respeito pela fêmea, às vezes medo. Para facilitar o cruzamento nessas circunstâncias, precisa-se que as fêmeas sejam dominantes, porém sem agressividade e que os machos respeitem as fêmeas, mas que não tenham medo. Torna-se freqüente observar que algumas fêmeas de canários da terra pedem gala sem estarem prontas. Este comportamento é chamado pelos criadores de “gala falsa”. Normalmente essas fêmeas são boas criadeiras e é um sinal que estão bem
adaptadas ao cativeiro.
Esse comportamento torna-se uma dificuldade na hora de fazer os cruzamentos, ocasionando brigas entre o casal e por vezes, até corre-se o risco de perder um bom pássaro reprodutor. Na tentativa de diminuir estes acidentes recomenda-se:
• Somente tente fazer o macho copular com a fêmea,
se esta estiver confeccionando o ninho. Se ela pedir
gala, mas estiver acompanhado os movimentos do
macho, não é a hora de juntá-los, pois ainda não
estará pronta.
• A fêmea, quando pronta, em geral fica estática como
se estivesse em transe. Portanto, se estiver
movimentando a cabeça ou o corpo, ainda não é a
hora de juntar o macho.
• Normalmente quando a fêmea esta pronta, ela pede
gala e junta as penas da cauda para facilitar a
cobertura.
Use a grade divisória na gaiola da fêmea. Se o
macho entrar na gaiola e ela continuar parada, é sinal
que esta pronta. Então volte o macho para a gaiola
dele, espere de 20 a 30 minutos e deixe-o entrar na
gaiola, agora sem a divisória.
• Se a fêmea pedir cópula de costas para o macho,
provavelmente ela vai deixar a cópula ocorrer.
A poligamia é o sistema onde um macho é utilizado para cobertura de mais de uma fêmea.
✓ Vantagens da criação por poligamia:
• Necessita de gaiolas com menores dimensões;
• Verticalização da produção;
• Espaço menor para criação;
• Melhores condições de seleção genética;
• Menores riscos de agressões aos filhotes.
• Maior produtibilidade;
✓ Desvantagens da criação por poligamia:
• Maior tempo dispensado para o manejo
reprodutivo;
• Ajuda na alimentação dos filhotes.
Uma vez nidificando, as fêmeas logo iniciarão a postura que, em geral, é composta por 4 a 7 ovos, de coloração cinza e manchas marrons. Uma vez concluída a postura, a fêmea inicia o processo de choco dos ovos, os quais são chocados por um período de 13 dias, quando então passam a nascer os filhotes.
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Nessa fase, recomenda-se muita atenção por parte do criador quanto ao manejo diário dos pássaros. O fornecimento diário de alimentos apropriados é de fundamental importância para o desenvolvimento dos filhotes. Recomenda-se nesta fase que não falte um suplemento rico em proteína animal, como, por exemplo, gema de ovo cozida, alguma farinhada que apresente teor de proteína animal não inferior a 20% (lembrando que esses alimentos devem ser substituídos diariamente) e também insetos vivos, tais como larvas de tenébrio (besouro da farinha) em abundância.
O anilhamento dos filhotes deve ser feito quando os mesmos estiverem com 4 a 5 dias de vida. Para tal utilizam-se anilhas com bitola 2,8 mm fornecidas pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).
Passados aproximadamente 20 dias, já se encontram predispostos a sair dos ninhos e com 35 a 40 dias, já se encontram em condições de serem separados dos pais.
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Essa é uma fase muito difícil para os filhotes. O estresse da separação pode predispor os filhotes a doenças, devido uma baixa nas defesas do seu organismo.
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Portanto, nessa fase alguns cuidados se fazem recomendáveis, a saber:
• Evite juntar filhotes de mais de uma ninhada numa
mesma gaiola. Caso isso não seja possível, evite deixar
filhotes mais velhos com os mais novos. Os mais
valentes e mais velhos, em geral tendem a querer brigar
e impor domínio sobre os mais novos, prejudicando o
seu desenvolvimento e causando-lhes estresse.
• Fornecer um complexo vitamínico nesta fase é muito
importante, pelo menos durante uns 7 a10 dias.
• Mantenha os cuidados com a higiene, pois os filhotes
nessa fase experimentam de tudo, inclusive podendo
ingerir suas próprias fezes. Uma gaiola com a grade alta
no fundo se faz recomendável.
• Uma grande preocupação nesta fase é com a
coccidiose. Se possível, monitore com exames de fezes
o número de oocistos.
• Sempre que observar algum filhote com problemas
separe-o para que possa ser mais bem tratado.
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Conforme já comentado no inicio deste trabalho, já existem inúmeras mutações de canários da terra reproduzidos em cativeiro, inclusive há de se salientar que todas as subespécies reproduzem-se entre si, sendo que os filhotes obtidos são sempre férteis. Outra observação pertinente e necessária de ser comentada, diz respeito á freqüente duvida quanto à possibilidade de hibridação desta ave com os canários domésticos
popularmente chamados de canários belgas (Serinus Canárius). Não há registros científicos quanto à possibilidade de obtenção de filhotes desse tipo de cruzamentos, embora muitas vezes pássaros dessas duas espécies cruzem, botem e até choquem, porém sem que ocorra a fecundação dos ovos. Erroneamente, muitas pessoas leigas e até alguns criadores mal informados ao verem mutações de Sicalis flaveola, passam a comentar que registraram visualmente a existência de indivíduos híbridos entre essas duas espécies, o que não é verdade e sim mero erro ocasionado pela falta de informação. As ilustrações a seguir servirão para apresentar algumas dessas mutações:
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A incidência da mutação feo nos sicalis normais, manifesta as características melânicas da plumagem, porém, mantém os olhos pretos, enquanto que quando presente nos sicalis canelas, o olho se mostrará vermelho.
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Este artigo técnico teve por referência bibliográfica de apoio o Manual de Julgamento dos Sicalis de Cor da COBRAP (Confederação Brasileira dos Criadores de Pássaros Nativos) e algumas fotos foram cedidas pelo colega criador Laureano de Siqueira Filho, ao qual externo meu mais sincero agradecimento.
Criação de canários da terra (Sicalis Flavéola)
Boa tarde amigos do Universo dos Canários!
Extraordinário artigo sobre nosso Sicalis Flavéola, ou canário da terra, que teve um período difícil em nosso país, quando se viam poucos exemplares em estado silvestre, mas hoje graças a ação de criadores abnegados, como estes que colaboram com o presente estudo, vemos novamente este belo pássaro proliferar abundantemente em estado silvestre pelo cuidado e dedicação destes criadores, que mesmo lutando contra a discriminação e até perseguição dos órgãos governamentais de fiscalização, prosseguiram reproduzindo estes canários para em seguida devolvê-los à natureza.
Podemos dizer, com certeza, que muitas espécies estariam hoje em vias de extinção, se não fosse o trabalho destes ornitófilos amadores que estudam, dedicam seu tempo e recursos para ver essas espécies voando livre novamente. Nossos ambientalistas e órgãos governamentais, mesmo movidos pelas melhores intenções, devem buscar mais conhecimento técnico das espécies que lhe cabe fiscalizar, para distinguir com segurança, um criador de pássaros de um simples traficante, a fim de proteger o criador e punir o traficante.
Parabéns ao Cláudio Gonçalves, e obrigado pela gentileza de nos permitir a publicação de tão importante trabalho em nosso Fórum.
DAVI COUTINHO- CONSULTOR GERAL
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Re: Criação de Canários da Terra (Sicalis Flaveola)
Este final de semana estive em um sítio e havia um bando de canários da terra soltos. Em outros locais que visitei eles estão cada vez mais comuns. Sem dúvidas como disse o amigo Davi,graças a ação de abnegados criadores.
Re: Criação de Canários da Terra (Sicalis Flaveola)
Todos os dias vejo um bando (aproximadamente uns 50, entre filhotes e adultos) de CT em uma praça perto de casa.
PAULO FERREIRA MACHADO- Membro Ativo
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