UNIVERSO DOS CANÁRIOS
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Aspectos do Estudo da coloração das Aves através do Canário Arlequim Português

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Aspectos do Estudo da coloração das Aves através do Canário Arlequim Português  Empty Aspectos do Estudo da coloração das Aves através do Canário Arlequim Português

Mensagem por Canaril N. S. do Amparo Seg 03 Mar 2014, 20:12

O canário Arlequim Português não é apenas a primeira raça portuguesa de canários.


Além de ser uma ave esbelta, que todos admiram, contém em si surpreendentes dotes que permitem proceder a vários estudos científicos de conseqüências práticas na criação de todos os canários.


Entre essas características foram selecionadas três: o estudo da distribuição das cores melânicas nas penas dos serinus, trabalho já executado, o estudo da origem e genética da poupa, que está a ser realizado presentemente e, por último, o estudo da relação de tamanho entre a cabeça e o corpo dos serinus, estudo importante para a obtenção de poupas mais exuberantes.

Destes três estudos, o primeiro está concluído e o segundo, a origem e genética da poupa, encontra-se em realização.

No presente número daremos conta dos resultados obtidos sobre a distribuição das cores melânicas.

O estudo da coloração das aves divide-se em duas grandes áreas:

1 - Distribuição da coloração de cada indivíduo

2 - Transmissão das características da pais para filhos (Genética)

Por sua vez, a distribuição da coloração tem de atender a duas situações:

1.1 - Distribuição nas penas

1.2 - Distribuição somática, isto é, no corpo da ave.

A distribuição na pena não é a mesma consoante se consideram as remiges (penas grandes das asas), as rectrizes (penas grandes da cauda) ou as tectrizes (penas pequenas do corpo).

Nestas últimas, responsáveis pela coloração do corpo da ave, tem de se considerar três zonas fundamentais:

1 - Zona profunda

2 - Zona superficial

3 - Zona acrescentada

Esta última não existe em todas as aves.

As características destas zonas dependem de fenómenos de natureza química que não cabe aqui desenvolver.

Também a visualização das cores depende de factores de origem física, reflexão e refracção da luz que não interessa ao nosso estudo.

A zona profunda é a mais estável e é geneticamente fixa, não ligada ao sexo.

Daí que surja clara em todas as aves lipocrómicas e escura em todas as aves melânicas.

Deve referir-se que em certas aves lipocrómicas, surgem manchas escuras que podem atingir apenas a zona profunda, surgindo, por isso, ao levantar as penas claras, um fundo escuro.

A zona superficial varia com a pigmentação e é responsável mais directa pela coloração da ave.

A zona acrescentada só surge em aves diluídas (schimmel) visto que as intensivas não a possuem.

É também uma característica de transmissão genética e, originariamente, no que respeita aos serinus, não ligada ao sexo, determinando o surgimento de duas grandes divisões:

1 - Aves de plumagem intensiva

2 - Aves de plumagem diluída

Mais tarde, com a introdução do hibridismo através do Cardinalito da Venezuela (Spinus cuculatus) fixou-se uma terceira situação: o mosaico.

As características de cada uma destas situações são conhecidas.



O quadro fica assim estabelecido:

1 - Aves de plumagem intensiva

2 - Aves de plumagem diluída

3 - Aves de plumagem mosaico ou dimórficas

Como se sabe, inicialmente só as fêmeas transmitiam a característica mosaico.

Mais tarde, passou para os machos, mas a distribuição das manchas ficou sempre ligada ao sexo, embora existam exemplares de grande aproximação de desenho.

Mais tarde surge o mosaico novo tipo e por fim mudou-se o nome para dimorfos.

Ainda em relação à distribuição da coloração da pena, deve considerar-se que a existência das duas ou três zonas é de transmissão genética no que refere à zona profunda que, como vimos, é a mais fixa.

O desaparecimento total de pigmentação nesta zona só surge em animais lipocrómicos mas deve ter-se em atenção que a despigmentação total só se verifica nas aves com olhos vermelhos.

Na verdade, um canário branco de olhos escuros é entendido pelos hibridologistas como uma ave mesclada visto que apresenta melanina nos olhos.

Daí os criadores de híbridos de pintassilgo que procuram híbridos claros terem de fazer cruzamentos com canárias de olhos vermelhos.

No entanto, deve assinalar-se, que não existem aves sem pigmentos, porque esta situação é incompatível com a vida.

O sangue possui um pigmento, a hemoglobina, indispensável à oxigenação.

Por outro lado, certos pigmentos gordos (lipocromos) são pré-vitaminas, isto é dão origem a vitaminas, essenciais à vida, sem as quais os animais superiores não podem viver.

É por isso que, numa fase de desenvolvimento em que não há ainda chegada de pigmentos alimentares, tem de existir uma substância amarela à disposição; é o que se passa no ovo.

Toda a gente sabe que a gema do ovo é amarela; mas porquê?

Nunca poderia ser branca sob pena de a ave não se desenvolver por falta de pigmentos.

Como é sabido, a despigmentação da zona superficial da pena foi obtida pela primeira vez por mutação do canário do Harz, resultado de um in breeding apertado, visto que este tipo de criação é o ideal para a selecção do canto.Sabe-se que o acasalamento de aves sucessivamente mais escuras origina, subitamente, uma despigmentação que originou o Opal.

Embora se aceite que o Ágata resultou de uma primeira diluição pelo mesmo processo, há quem pense, devido à existência do bigode, que foi obtido através de cruzamento com o Canário de Moçambique ( Serinus moçambicus).

A mutação da pigmentação melânica tem impedido a obtenção do canário totalmente negro, que só poderá conseguir-se por hibridação.

Como vimos, a distribuição do mosaico é fixa, isto é, os genes que transmitem esta característica encontram-se situados sempre nos mesmos locais da cadeia genética, sendo diferente no cromossomo X e no cromossomo.

Ora a distribuição do mozaico não afecta só a zona acrescentada da pena, arrastando também a zona superficial lipocrómica que, deste modo, é também uma zona geneticamente fixa.

O mesmo não se passa em relação à distribuição dos genes de fixação melânica que, pela sua constituição química, não são condicionados pela zona acrescentada da pena.

Deste modo, uma ave mesclada apresenta-se ou toda diluída ou toda intensiva, independentemente das zonas do corpo serem pigmentadas ou não.

Como resultado, as zonas de pigmentação melânica não são fixas, nem geneticamente nem fenotipicamente.

O que pode fixar-se, por seleção de criações sucessivas, é o número de manchas pigmentadas e a sua área, mas esta característica nunca é ligada ao sexo.

Como a maioria das características variáveis, também esta pode ser fixada ao cabo de muitos anos de seleção.

É por este motivo que as aves selvagens, como o canário de Moçambique, têm o desenho e distribuição das melaninas em locais determinados do corpo.

A Natureza teve milhões de anos para estabelecer o genótipo.

Daí que a fixação das manchas ou mesmo o seu aparecimento pode surgir pelo cruzamento de um pássaro melânico com um lipocrómico, como sucede freqüentemente, aparecendo nas feiras pássaros que parecem da linha do Arlequim.

Só que perdem as suas características numa segunda geração visto que não há alteração genética.

É necessária uma seleção continuada para se fixarem as características melânicas.

Devido às dificuldades de fixar o local da pigmentação melânica é que foi abandonada a criação de aves simétricas.

Ora no Arlequim não é exigida esta característica: é uma ave em que a pigmentação lipocrómica é fixa mas na pigmentação melânica não são exigidos locais fixos; porém tem genes específicos de quantidade e área, que podem ser fixadas.



Esta é a grande chave da criação do Arlequim.



A labilidade dos genes melânicos faz aparecer, em certas aves claras, zonas escuras, sobretudo na cabeça, por herança genética do cardinalito da Venezuela.

São as melhores aves para reprodução visto que se encontram geneticamente mais próximas do mosaico original.



Por outro lado, foram as características referidas dos pigmentos melânicos que permitiram a criação de mosaicos escuros.

Também surgem aves mosaico com manchas escuras na camada profunda das penas, resultado da heterogeneidade da localização melânica.

Até há algumas décadas, pensava-se que a constituição genética era imutável até que Bárbara Maclintok, prémio Nobel da Medicina, descobriu, estudando a reprodução do milho, que é possível interferir na organização genética, mudando os genes, retirando uns, colocando outros.

A prática confirmou esta grande descoberta, sendo hoje utilizada na cura genética de várias doenças.

No que refere às aves, existem aves assimétricas (Diamantes de Gold, Mandarins, Canários mosaico...) que resultam da combinação anormal dos genes, sendo uma metade do corpo de um sexo (XX) e a outra metade do outro (XY) sexo.

Vale a pena referir, neste estudo, o caso do Canário de Poupa Alemão.

Trata-se, como é sabido, de um canário de porte mas que não admite mistura de lipocrómicos e melânicos, tendo a ave de ser uniforme, sem manchas, o que não acontece com outras raças de porte.

O Arlequim vem desfazer este anacronismo, permitindo a criação de aves variegadas muito belas.

Como vemos, a criação do Arlequim não tem só como finalidade a criação de um raça portuguesa de canários:

ele permite alargar os estudos genéticos de um modo que nunca tinha sido conseguido até agora.



Senão, vejamos:



O estudo da distribuição das cores melânicas e lipocrómicas só pode ser feito, na sua total complexidade, no Arlequim Português, já que só nesta ave existe a mistura de cores que permitam esse estudo.

Dos estudos que levei a efeito obtive as seguintes conclusões, acerca de deposição de manchas melânicas nos fringilídeos:

1 - As penas claras têm tendência para surgir na cauda

2 - As penas escuras têm tendência para surgir na cabeça

3 - A distribuição no ventre, quando há penas escuras é: alto ventre mais escuro, baixo ventre mais claro

4 - Tendência às remiges da ponta das asas mais clara e as internas mais escuras.

5 - Existem locais naturalmente ligados à coloração melâmica: os olhos

6 - Existem locais em que surge com maior freqüência a lipocromação: cauda

7 - Existem locais de mistura lipo e melânica: escamas das patas, unhas, bico.

8 - Passando do animal melânico para sucessivamente mais lipocrómicos a evolução é:

Bico: negro passa a claro com traços de lápis, passa a claro

Patas: negro, passa a malhado, passa a clara

Penas: predominância melânica passa a equilibrado, passa a predominância lipocrómica.

Nesta modificação a primeira a perder o melânico é a cauda e a última o topo da cabeça. (faz-se exceção ao Lizard que foi selecionado noutro sentido)

9 - A localização melânica e lipo é de localização independente, não interferindo uma com a outra.Este estudo foi efetuado através da criação do Canário Arlequim Português ao longo de 11 anos, com cruzamento de canários entre si e do seu cruzamento com o Cardinalito da Venezuela, canário de Moçambique, e com o cantor de África.

Observei, ainda, 1. 800 aves, incluído canários e seus híbridos.

No próximo número serão expostos os princípios teóricos dos estudos que estamos a levar sobre a origem e genética da poupa, através de cruzamentos de que já obtive os primeiros exemplares.

Aspectos do estudo da Origem e Genética da Poupa das aves através do Canário Arlequim Português

Conforme prometemos no N.º 3 da revista O Arlequim, vamos proceder neste artigo ao estudo dos fenómenos relacionados com a poupa.

Tendo sido aprovado o canário Arlequim pela Comissão

Técnica de Canários de Porte do Colégio Português de Juizes de Ornitologia, presta-se esta ave ao estudo genético e propedêutico desse fenómeno mutante a que chamamos poupa.

Encontra-se envolvido em mistérios e em mitos, nomeadamente em relação ao factor letal.

Entre muitas outras questões que o fenómeno levanta surge a pergunta: porquê a poupa é um factor letal e o frizado não?

Algumas considerações

O primeiro facto que nos chamou a atenção foi o facto de não existir na Natureza nenhuma poupa com as características das poupas dos canários que, como é sabido, desenvolvem-se a partir de um ponto central ou de um risco, donde partem centrifugamente.

A este dado soma-se outro não menos espectacular: as poupas das aves cultivadas pelo Homem são todas deste tipo: canários, bengalins, mandarins e periquitos ondulados possuem poupas de formato atrás referido.

Poderemos dizer que existem ligeiras alterações, como é o caso do antigo Lancashire, mas as fugas são de pouca monta em relação a nosso estudo.

Destes dois elementos surgem algumas importantes dúvidas: o que vem a ser a poupa dos canários?

Do ponto de vista morfológico é fácil responder à questão e todos sabemos como ela pode apresentar-se.

Os criadores entendem que, se não for regular, como acima descrito, é defeituosa.

Dizem defeituosa porque não obedece aos cânones estabelecidos.

Do ponto de vista microscópico e histológico é constituída por um redemoinho de penas que emergem obliquamente em relação à superfície da pena o que, aliás, ocorre também no cabelo humano:

os cabelos lisos emergem perpendicularmente à superfície do couro cabeludo e os ondulados ou as carapinhas emergem obliquamente.

Mas o que faz surgir esta alteração da direcção das penas?

Eis a questão.

Trata-se apenas de uma variedade, ou de uma anomalia, ou de uma doença?

Está largamente divulgado o efeito letal do gene poupa.

Interessa, num estudo sério, partir de todas as dúvidas.

A maioria dos livros aceitam a tradição de que acasalando poupa com poupa manifesta-se o efeito letal.

Mas muitos escritores confessam que não têm experiência pessoal e muitos criadores dizem o mesmo.

Aceitam, porque é tradicional.



Álvaro Rebelo refere que há vários anos acasalou dois Gloster corona porque não dispunha de momento de uma ave consorte para acasalar.

Nasceram aves de poupa irregular.

Também um criador de Setúbal, refere que acasalou bengalins de poupa com bengalins de poupa com bons resultados.

Diz-se que o Lancashire inicial desapareceu por causa da poupa, pondo de parte a dificuldade da sua ciração e fraqueza devido ao grande porte e mesmo aos factores das duas Grande Guerras que, como é sabido, quase faziam desaparecer o Lizard.

A poupa é tida como culpada de tudo.

Decidi, por isso, iniciar uma pesquisa a partir do zero, acasalando aves de poupa com aves de poupa:

canários, bengalins, mandarins e periquitos ondulados.

O que é mais estranho é que o mesmo efeito, resultado do redemoinho da origem das penas, só é tido como letal na poupa porque em relação ao frizado, que tem origem semelhante, não é entendido como letal.

Entretanto estudei algumas hipóteses teóricas devido ao facto de dispor de uma canária que, acasalada com vários machos sem poupa, só me deu filhos com poupa.

A partir das leis de Mendel, e pondo de lado os casos que não dizem respeito ao que nos interessa, vejamos as hipóteses:

Partimos da hipótese de aves com factor dominante, sem factor letal. Como é sabido, as aves com fenotipo X podem resultar:

1 - de dois progenitores X (homozigóticos)

2 - de um progenitor X (dominante) e um progenitor Y (recessivo) (heterozigóticos)

Temos, portanto, que uma ave de fenotipo X pode resultar do acasalamento de homozigóticos (caso 1) ou do acasalamento de aves heterozigóticas (caso 2)

No caso de existir um factor letal:

É geralmente aceite que do acasalamento de duas aves com factor letal resulta:

25% de aves inviáveis (A)

50% de aves com fenótipo dominante mas heterozigóticas (B)

25% de aves com fenótipo recessivo (C )

A partir destes conhecimentos podemos trabalhar quer com as aves de fenótipo dominante quer com as aves de fenótipo recessivo.


Assim:


Acasalando B com B, obtemos o mesmo esquema já referido, de onde se seleccionam apenas as aves B.

Só que este acasalamento é diferente do primeiro porque resulta de aves B com B.

Repetindo com os filhos e assim sucessivamente, vamos tornando o fenótipo cada vez mais aproximado do ponto de vista genotípico.

Acasalando C com C só podemos obter aves C.

No caso que nos interessa, isto é, o estudo das poupas, estamos a proceder, em 1999, ao acasalamento de aves poupa com poupa pela primeira geração (canários, bengalins e mandarins). Dos nascidos, acasalaremos sempre, em futuras gerações, poupa com poupa e sem poupa com sem poupa.

Terminada a época de criação de canários podemos afirmar o seguinte:

De um casal A de canários obtivemos duas criações com o seguinte resultado:

1ª criação – 5 ovos todos cheios de que nasceram 5 aves, 3 com poupa e 2 sem poupa.

2ª criação – 5 ovos todos cheios de que nasceram 5 aves, 3 com poupa e 2 sem poupa.

Desta experiência, que foi iniciada já tarde em relação às criações deste ano, concluímos que todos os pássaros são viáveis e sem deformidades.

Entretanto aguardamos os resultados entre os bengalins e os mandarins e prosseguiremos com as experiências com os canários no próximo ano.

O Arlequim – Canário de Forma e Postura

A divisão das raças de canários em canários de cor, de canto e de forma e postura é puramente artificial.

Não são apenas os chamados canários de canto que cantam, não são apenas

os de cor que têm cor e não são apenas os de forma e postura que se comportam de uma dada maneira no poleiro.

Trata-se, por isso, de uma divisão que serve os interesses da Ornitofilia mas está longe de corresponder a bases científicas.

Este fato vai ainda mais longe visto que, dentro dos canários de cor a divisão entre lipocrómicos e melânicos é também artificial e sem base científica: o próprio canário selvagem possui pigmentos melânicos e pigmentos lipocrómicos.

Seja como for, o certo é que, a nível mundial, quem fala em canários de posição e postura é entendido entre os criadores e quem fala em canários de cor ou de canto também.

Isto porque das várias raças de canários de canto exige-se que tenham uma maneira específica de cantar e que os de cor possuam determinadas características.

Deste modo, o canário de forma e postura prevê que a sua forma é específica e que a sua posição no poleiro é também especial.

O problema da forma exige estudos importantes, visto que nada se sabe da relação entre as várias partes do corpo das aves.

Na natureza existem aves de pescoço longo e de pescoço curto, como aves de corpo largo e de corpo delgado.

Não acontece o mesmo nas canários, visto que, de um modo geral, as aves de corpo largo possuem cabeça e pescoço largo, enquanto os canários alongados possuem cabeça estreita e pescoço longo.

Deixaremos este tema para outros artigos e centremo-nos no problema das postura.

O modo como o canário se equilibra no poleiro coloca problemas tão profundos que não será possível expô-los num só artigo.

As variáveis são tantas que temos de eliminar algumas para colocarmos o problema de modo adequado.

Por tal motivo, procurei a colaboração de um engenheiro biólogo.


A grande questão é a seguinte:


o que faz com que uma ave se coloque mais vertical ou mais horizontal no poleiro?

Todos sabemos que o periquito australiano se mantém quase vertical no poleiro e que o canário do Harz canta quase em posição horizontal.

Como dissemos, muitas variáveis se encontram em conflito:

esqueleto, músculos, formato do corpo da ave, entre outros.

Existe ainda um elemento importante a tomar em linha de conta: o hábito ou o treino.

Na verdade, enquanto os criadores de canários de postura mais vertical, como è o caso do Yorkshire treinam as aves colocando cartões em volta da gaiola para que a ave se estique para espreitar para fora, os criadores de canários de Harz colocam cartões no teto da gaiola para a ave se colocar o mais horizontal possível, com a intenção de emitir notas graves, as mais apreciadas.

O estudo da posição dos canários no poleiro passa pela observação de vários fatores e pode ser feita através de algumas vias.

Assim, pode promover-se o estudo através do esqueleto das diferentes raças, observar a posição de outras aves na Natureza ou, mais sofisticado, estudar o modelo no computador.

Para o primeiro estudo montamos esqueletos de Yorkshires e de canários de cor a fim der estudarmos a sua posição no poleiro.

A fim de estabelecermos um programa de computador, promovendo a

realização de um modelo biológico, simplificamos, numa primeira abordagem do estudo da posição dos canários, as várias e focalizamos a atenção no esqueleto.

Sabemos que as aves da canela alta têm tendência para a verticalização.

Façamos uma breve revisão anatômica:

O esqueleto do membro inferior do canário e das aves em geral não é constituído como o dos mamíferos.

O que parece ser a perna (que aparece desplumada) é ainda parte do pé; os dois primeiros ossos do pé estão fundidos num osso único a que se chama canela.

Assim, nas aves como o canário, existem 3 dedos anteriores e 1 posterior; segue-se a canela, depois a perna, depois a coxa que se articula nos ossos da bacia.

Deste modo, temos a considerar um ângulo entre os dedos e a canela, outro entre a canela e a perna, outro entre a perna e a coxa e, por fim, a articulação entre a coxa e o corpo.

Todo este complexo interfere na posição da ave quer pelos ângulos formados.

Quer pelo comprimento dos segmentos.

De todos estes elementos, o que se afigura de estudo mais importante é o comprimento da canela que, como se sabe, varia segundo as raças.

Assim, o modelo que estudamos conta com duas variantes: o comprimento da canela e formato do corpo.

Este estudo, que parece muito teórico, é de grande importância para a afirmação da forma e posição da várias raças de canários e o Arlequim é, sem dúvida, uma ave ideal para este estudo, visto que se deseja que seja uma ave de canela alta e corpo ereto, mais de acordo com os antigos canários criados pelos portugueses.

Esta forma, associada à poupa dá à ave uma sobranceria e vivacidade inigualáveis.Enquanto são feitos estes estudos, o que podemos aconselhar aos criadores é que selecionem aves de canela alta o que, sem constituir uma garantia de bons exemplares fornece já um elemento importante para a as criações futuras.

A seu tempo, a revista Arlequim fornecerá elementos sobre estas experiências."

Autor:

Prof.Dr.ArmandoMoreno
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Mensagem por GARUTTI Seg 03 Mar 2014, 20:23

MAVARILHA DE DOCUMENTO!!!!!!!!!!!!!!!!PARABÉNS SR: MANUEL PELA POSTAGEM.
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Mensagem por PAULO FERREIRA MACHADO Seg 03 Mar 2014, 22:37

Boa noite pessoal.
Um texto muito legal.
Obrigado.
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Mensagem por Francisco C. Bom Ter 18 Mar 2014, 14:50

Ola amigos.

Muito bom tópico Sr. Manuel, parabéns.

Excelente artigo, também não poderia ser diferente, escrito pelo ¨Pai do Arlequim¨.

abraços
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