TRICOMONÍASE.
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TRICOMONÍASE.
TRICOMONÍASE
Revista cpccf Junho 2005
Ê uma doença causada por um protozoário flagelado (tem um tipo de rabinho que facilita a sua locomoção) de nome Trichomonagailinae. É conhecida também como "cancro" ou "enrugamento".
Afeia aves de diferentes espécies como galináceos, peru, falcões, canários e outras aves de porte pequeno, sendo raro em psitacídeos (papagaio, periquito-rei, cacatuas, entre outras). A sua gravidade é maior em aves jovens (afeta com maior facilidade e de modo mais agressivo), sendo que as aves adultas podem ser portadoras do problema, de modo sintomático ou não (portador inaparentes, ou seja, possuem o protozoário, mas não tem sintomatologia da doença).
A transmissão do mal se dá através da ingestão de alimentos (rações, verduras, farinhadas, etc.) e de água contaminados por secreções de aves acometidas (doentes). No caso de pombos os filhotes adquirem a doença através do leite do papo e as aves de rapina pela ingestão de aves contaminadas.
Após o protozoário ser eliminado no meio ambiente, este não suporta o ressecamento, levando a mesmo a morte.
A doença é mais freqüentemente detectável na fase de desmame dos filhotes e na muda de penas. São as fases da vida mais sacrificante, devido a:
-no desmame ocorre a transição da total dependência dos pais, com relação a alimentação, para a auto-suficiência, sendo muitas vezes sacrificante e altamente estressante, essa nova realidade.
-na muda ocorre alta necessidade de nutrientes (vitaminas, proteínas, minerais, etc) para o bom desenvolvimento das novas penas, ocorrendo desgaste das aves.
Nestes casos há a facilitação de queda de resistência do organismo facilitando a entrada e instalação de doenças.
A doença afeta principalmente o papo, esôfago, boca e vias aéreas superiores (narinas, seios nasais, orofaringe, traquéia). Nestes locais ocorre a formação de pequenas lesões com secreção purulenta (com nódulos de pus brancos ou amarelos), que podem se tornar grandes massas necróticas (tecido morto), obstruindo (tapando) o esôfago ou deformando o local onde se desenvolveu. Essas massas necróticas podem ser palpáveis tanto no esôfago como no papo. Podem apresentar consistência mole, indicando infecção recente ou de aspecto firme (consistência de queijo) indicando um processo crônico.
Como sintomatologia temos vários sinais não específicos. Podemos ter:
-regurgitação ou vomito freqüente de conteúdo do papo, a ave aparece com secreções aderidas ao redor do bico e face.
-inanição- para de comer, levando a enfraquecimento, emagrecimento e morte.
-apatia- fica indiferente a tudo que ocorre ao seu redor.
-prostração- devido ao enfraquecimento
-arrepiamento de penas
-e até mesmo morte súbita ou não
O diagnóstico é feito através de:
-sintomatologia
-sinais clínicos
-histórico
-exame a fresco de material coletado de secreção de papo A prevenção, como em outras doenças, é a maior arma que temos para evitar o alastramento desta.
Como a disseminação é através de contaminação de alimentos e água, devemos de todas as maneiras tentar bloquear, impedindo que infecte novos animais. Devemos:
-lavar os utensílios que recebem alimento (comedouros, unhas, porta vitaminas, porta ovos, etc) e água (bebedouros, e banheiras, principalmente) de modo freqüente e sustentável, impedindo a disseminação do problema.
-manter o ambiente sempre limpo e executar co freqüência a higienização de gaiolas, pratos, paredes, portas, janelas, etc.
-evitar a entrada de aves estranhas no criatório (de amigos, companheiros passarinheiros, nativos soltos - pombas, rolinhas, cambacicas, etc).
-evitar adquirir aves de criatórios não idôneos
-não adquirir aves "chucras" (pegas na natureza) Após estarem doentes o melhor procedimento é procurar auxílio de um Médico Veterinário para um adequado diagnóstico e tratamento.
Luiz Alberto Shimaoka
Médico Veterinário
CRMV-SP 6003
Re: TRICOMONÍASE.
Tem algum medicamento? Minha canária está sem penas ao redor dos olhos, pelo que esta descrito acima, parece ser trocomoniase!
clecia- Membro
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CIDADE/CITY : sao joao del rei
ESTADO/PROVÍNCIA : mg
Doença!
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O que a minha canária tem?
O que a minha canária tem?
clecia- Membro
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Re: TRICOMONÍASE.
Amigos, nunca acabam as queixas sobre protozoários nos criadouros. Importante são as regras de profilaxia seguidas constantemente. Se assim não for, fica um vai e volta sem fim. Infelizmente não posso indicar tratamentos ou medicamentos porque não sou veterinário e sim médico. Mas posso colar uma parte de boletim que fiz para criadores de pastores alemães adaptado para os criadores de pássaros.
E daí, devem estar perguntando os passarinheiros, o que temos a ver com isso? Tudo.
Como causadores de zoonoses, alguns protozoários intestinais podem atingir o homem vindo dos animais e vice-versa. Portanto, além da importância do controle dos protozoários no plantel, as suas atitudes passam a ter um sentido social mais amplo.
O controle é relativamente fácil. O mecanismo de transmissão é sempre o mesmo: saída dos parasitas pelas fezes, contaminação do meio-ambiente e entrada pela boca, característica da contaminação fecal-oral. Desconhecer esse princípio básico é dar mole para o bandido. Portanto, todos os cuidados citados aí em cima envolvendo o homem e o cão têm tudo a ver com os passarinheiros. Estão todos na mesma barca e o azar de um pode ser a desgraça do outro.
Especificamente, alguns cuidados podem ser tomados pelos passarinheiros para evitar que o seu criatório (criadouro. Na verdade, ainda não achei uma boa e definitiva palavra para definir o local onde são criados pássaros) torne-se foco exportador e importador de protozoários:
-Lavar rigorosamente as mãos com água e sabão, sabão mesmo, esfregando as unhas com uma escovinha antes de manusear as frutas, as hortaliças e a água que serão fornecidos aos pássaros. As mãos devem ser lavadas, sempre com água e sabão, antes e depois de manusear pássaros ou os utensílios.
-Lavar rigorosamente, com água e sabão, frutas e as hortaliças que serão dadas aos pássaros e enxágua-las muito bem. Podem ser deixadas por alguns minutos em solução água e vinagre ou de hipoclorito de sódio, não se esquecendo de enxaguar copiosamente antes de dá-las aos pássaros. Pela simplicidade, creio que o lavar as mãos e as frutas e hortaliças já será uma grande ajuda no controle desses parasitas.
-Oferecer aos pássaros somente água, no mínimo, filtrada. A água fervida seria mais seguro, desde que seja mantida no fogo pelos menos durante 20 minutos após levantar a fervura. Lembrar que os coccídios suportam bem as vicissitudes do meio ambiente, as temperaturas de até 57ºC e os meios comuns de cloração da água. Os mesmo cuidados devem ser tomados com a água para os banhos dos pássaros. Lavar, se possível de maneira individualizada, os utensílios também com água filtrada. Se for possível, pelo menos uma vez por mês, ferver os utensílios resistentes à fervura, principalmente as grades e as bandejas do fundo da gaiola para quebrar o ciclo evolutivo dos parasitas. Se for organizada uma rotina, mesmo nos criatórios maiores as atividades profiláticas serão relativamente fáceis.
-A manutenção higiênica do prédio onde está instalado o criatório deve ser diária, evitando o acúmulo de dejetos e restos alimentares. Ter um jogo de mangueira, pazinha de limpeza, baldes, botas, vassouras, rodos, cestos de lixo, etc. somente para dentro do criatório. Se existirem mais de um ambiente, um jogo para cada um. Verão que vale a pena o investimento. O uso de detergentes e outros produtos de limpeza deve ser feito com orientação técnica. Aqui, não cabem improvisações. Seria interessante, pelo menos umas duas vezes por ano, no final da muda de pena e no final do período de criação, passar uma vassoura de fogo em todas as instalações. Creio que até as gaiolas e as bandejas poderão ser desinfetadas com a vassoura de fogo, tendo-se o cuidado no tempo de exposição para não danificá-las. A grande maioria dos parasitas é resistente a muitos produtos de limpeza, mas nenhum resiste ao fogo. Os únicos cuidados são tirar as aves do criatório e não por fogo nas instalações...
-Muito cuidado com as fezes das aves. O papel do fundo da gaiola deve ser trocado diariamente. O costume de colocar várias camadas de papel não é bom, pois, o filtrado da parte líquida fecal pode levar os parasitas para a folha de baixo (lembrar que estamos lidando com seres microscópicos). Deve ser usada uma folha de papel e a bandeja deve ser limpa diariamente e colocada ao sol (para isso, seria bom ter, pelo menos, duas bandejas por gaiola). Individuar as bandejas para evitar usar bandeja usada em gaiola de pássaro contaminado para a gaiola de pássaro não contaminado criando, assim, condições para disseminação da infecção pelo criatório. Se você usa areia na bandeja, tenha muito cuidado, pois, se não houver troca constante e higiene impecável, será um meio propício para manutenção dos parasitas.
-Muito cuidado com as gaiolas usadas para manter os machos e levá-los aos torneios. Como ficam a maior parte do tempo fora do criatório, no ambiente externo e em locais diferentes, têm maiores possibilidades de ser depósitos de parasitas. São feitas de madeira, com muitos detalhes e têm muitas saliências e reentrâncias que facilitam a vida dos parasitas e dificultam higienizá-las. E, na maioria das vezes, não possuem grade separando a bandeja dos pássaros como acontece com as gaiolas de criação. Creio que, num futuro próximo, poderão ser substituídas por gaiolas feitas somente de arame.
-As vasilhas contendo sementes, farinhadas, minerais e água devem ser colocadas de modo a evitar que sejam atingidas pelos jatos evacuatórios dos pássaros. Inspecioná-las diariamente e, se estiverem sujas com excrementos, desprezar o conteúdo e higienizá-las.
-Muito cuidado com os poleiros (não existe a grafia puleiro). Devem ser colocados de maneira que não possam ser sujos pelas fezes, pois, pelo hábito das aves limparem o bico neles após alimentarem-se, a contaminação será fácil.
-Cuidado especial com pássaros trazidos de fora do canaril, mesmo que seja somente para uma galadinha. Fazer quarentena nem sempre é praticável. Se o galador vier de canaril que mantenha boas condições higiênicas tudo fica mais fácil. Seria ótimo os donos dos bons pássaros galadores manterem os pássaros em ótimas condições de higiene física, social e até mental, pois, eles podem representar um boa fonte de renda para abater nas despesas do criatório.
-Com as aves adquiridas para compor o plantel a quarentena é obrigatória, a não ser que venha de criatório que mantenha rígidas condições de controle sanitário do plantel. Creio que a quarentena de três semanas é suficiente para os protozoários intestinais e muitas outras doenças. Não trazer o pássaro em gaiolas do criatório onde a adquiriu. Manter o pássaro entrante fora das instalações que albergam o plantel. O ideal seria uma pessoa para cuidar somente dele e que não tivesse acesso ao criatório. Se não, usar luvas ou lavar rigorosamente as mãos, com água e sabão, após o trato e cuidados com os utensílios da ave em quarentena. Todos os utensílios, produtos alimentares, vassouras, pazinhas, cestos de lixo, etc. devem ser mantidos separadamente dos usados com o plantel. Ponto de água para lavar os utensílios separado. Muito cuidado com os excrementos. A quarentena deve ser para valer ou nem vale a pena ser feita.
-Cuidado com os machos que vão a torneios ou a outros criatórios para coberturas. Podem trazer os parasitas para o criatório. Seria interessante ter uma gaiola somente para torneios e outra para a manutenção do pássaro no criatório.
-Levar água filtrada e/ou fervida quando for a torneios, evitando dar ao pássaro água de torneira sem as condições higiênicas seguidas no criatório. Se esquecer, é preferível dar água de garrafa tipo natural. Nem para o banho deve ser usada água do local dos torneios.
-Cuidado com a água do banho dos pássaros. Deve ser, pelo menos, filtrada e, sempre que possível, fervida. Tirar a vasilha logo que o pássaro terminar o banho.
-Algumas vezes os parasitas podem ser trazidos para o criatório pelas patas de pássaros, como os pardais, ou das moscas. Telar as janelas, portas e as aberturas para a ventilação é medida heróica. Não deixar lixo ou restos de comida expostos é essencial porque eles atraem pássaros, moscas e predadores, inclusive ratos. Muitas plantas também são atrativos.
-E sol, amigos, pois, onde entra o sol não entra o médico, ou o veterinário, como dizia minha avó. Locais escuros, muito quentes e úmidos jogam para os bandidos.
As medidas profiláticas são econômicas e, tornadas rotinas, de fácil execução. Servem também para evitar muitas outras doenças que infernizam os criadores, como as determinadas pelas bactérias intestinais (Salmonellas, Shigellas, Escherichias, Yersinia e Campylobacter).
Prezado amigos passarinheiros.
Os nossos boletins foram escritos originariamente para cachorreiros, especialmente para os criadores dos extraordinários cães pastores alemães.
Alguns passarinheiros, que os recebiam por também se dedicarem aos cães, e outros que viram alguns números acharam que poderiam ser adaptados para os criadores de pássaros. Resolvi topar a parada.
Se não ficar muito bom podem cair de pau, não esquecendo do Roberto Barros, o incansável estimulador dos jovens e abusados passarinheiros. Eheheheheh.
Mas, acreditem, foi tudo feito com a maior boa vontade.
Não falo em doses de medicamentos ou esquemas de tratamentos porque não sou veterinário. Procuro enfatizar a importância dos cuidados para se evitar as doenças. Esses cuidados dependem essencialmente do criador.
José Carlos.
José Carlos Pereira- Membro do Fórum
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Re: TRICOMONÍASE.
Muito obrigada, tenho tomado todas estas precauções. Mas a cada dia estas canárias estão piores!
clecia- Membro
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