[Artigo] RESISTÊNCIA BACTERIANA NA CANARICULTURA
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[Artigo] RESISTÊNCIA BACTERIANA NA CANARICULTURA
RESISTÊNCIA BACTERIANA NA CANARICULTURA
O maior sonho de todos os criadores de canários, depois de uma longa preparação durante todo o ano ou toda uma vida, é ostentar o título de campeão brasileiro ou mundial. Entretanto, para que isso ocorra, exige-se um preparo especial nas matrizes do plantel para que se tornem produtivas e dedicadas as suas proles. Para atingir tais condições, evitando mortandade desnecessária, são administrados antibióticos e quimioterápicos.
É muito comum criadores novos utilizarem potentes antibióticos em todo o plantel. durante o período de criação apenas porque um determinado criador usou ou porque ficou sabendo que um criador campeão empregou em anos anteriores ou tem utilizado com sucesso. Isso parece bastar para que também se passe a administrar essa ou aquela panacéia milagrosa.
O resultado final acaba sendo pior do que nos anos anteriores, ou seja, um aumento significativo de mortalidade no planteI. Esta situação pode ser explicada entre outros fatores pelo uso indevido ou incorrecto dessas drogas, seja por subdosagem e/ou por períodos insuficientes, gerando em conseqüência a resistência bacteriana.
Existem certos tipos de doenças que apresentam cepas resistentes aos antibióticos e quimioterápicos empregados na canaricultura. Em certas doenças já existentes, a utilização de antibióticos raramente traz benefícios.
Devemos alertar que o tratamento com antibióticos e quimioterápicos deve obedecer certos princípios básicos:
Os antibióticos e quimioterápicos só devem ser administrados ao planteI quando o problema efetivamente existir.
Deve-se previamente realizar teste de sensibilidade a antibióticos e quimioterápicos (exames laboratoriais) para ver se a ave é sensível à substância activa do produto.
Usar o medicamento de acordo com testes prévios (no mínimo 10 dias) e em doses corretas.
Ter cuidado com a dosagem, já que infelizmente a maioria das drogas não estabelece a dosagem precisa para aves de pequeno porte.
Em caso de novas mortes, utilizar novamente o laboratório ou consultar um veterinário.
Administrar para os canários, paralelamente aos antibióticos, vitaminas do complexo B e lactobacilos acidófilos para restaurar a flora intestinal.
Em diversas literaturas ornitológicas, seja em artigos de revistas especializadas ou livros de canaricultura (cada dia mais raros de serem obtidos), encontramos diversas recomendações sobre a administração de um tipo de antibiótico ou a associação de antibióticos visando a prevenção de doenças ou tratamentos de doenças já estabelecidas, o que parece favorecer cada vez mais a resistência bacteriana. Como boa parte desses livros é muito antiga, muitos desses antibióticos já não surtem qualquer efeito. Por isso aconselhamos uma literatura especializada mais actual.
Infelizmente, existem muitas contro-vérsias quanto às doses e vias de administração dos antibióticos e quimioterápicos para canários, sendo necessário associarmos duas ou mais drogas, o que elimina não apenas a doença mas também a flora intestinal, tão vital aos pássaros.
A ornitologia precisa evoluir muito em relação a agentes antimicrobianos na terapia ornitológica, já que a sensibilidade bacteriana aos antibióticos e quimioterápicos vem variando de ano a ano e, algumas vezes, em um mesmo período de cria. Por isso não devemos contribuir com o aumento da resistência bacteriana administrando indiscriminadamente qualquer antibiótico ou quimioterápico. Devemos tomar cuidado com a dosagem e a quantidade de dias de administração do agente antimicrobiano, já que errar nesse sector é aumentar a possibilidade de ineficiência do remédio.
A solução desse problema mostra a necessidade de melhores estudos, com metodologia científica, dos agentes antimicrobianos e um estabelecimento correto das doses de medicamentos ou estaremos caminhando para trás em bem pouco tempo.
Autor: Adriano Albano Forghieri
(ARTIGO) RESISTENCIA BACTERIANA NA CANARICULTURA
Boa noite amigos do Universo dos Canários!
Um abraço a todos;
Davi.
Como sempre, mais um bom artigo publicado pelo Martin. Neste caso nosso articulista foi muito feliz quando recomenda cuidados na administração de quimioterápicos aos nossos canários, pois o que temos visto é a diminuição gradativa do tempo de vida dos nossos pássaros e as doenças cada vez mais recorrentes.
Há bastante tempo venho trabalhando com a menor interferência medicamentosa possível na minha criação. Perdi muitos canários neste período (últimos oito anos), mas a taxa de mortalidade vem diminuindo progressivamente a cada ano, e alguns anos foram surpreendentes: Em 2007 e 2011 tive a perda média de 4 filhotes para cada 100 nascidos vivo no primeiro ano de vida. Este ano a perda até agora foi de 3 filhotes para 120 nascidos vivos.
Muitas vezes foi doloroso ver um bom canário morrer... Mas hoje percebo que aqueles que sobreviveram a um manejo mais natural, com pouquíssimos quimioterápicos, geraram filhotes mais rústicos e resistentes. Creio que a tendencia agora é morrer cada vez menos.
Dito isto, vemos que a resistência geral, e rusticidade de nossos plantéis não deve ser atribuída ao acaso, mas um processo evolutivo, planejado como qualquer outro, a partir de um manejo cuidadoso e bem elaborado levando em conta as características biológicas e funcionais da espécie que criamos.
Um abraço a todos;
Davi.
DAVI COUTINHO- CONSULTOR GERAL
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