Fraude em canários de cor, como se faz?

Fraudes -Para reflexão pela verdade desportiva -
Metodologia aplicada e verificação objectiva

Este texto foi enviado pelos amigos e juízes OMJ Carlos Lemo e pelo Engenheiro Wagner a que o LCCP muito agradece, pela prestigiosa colaboração. Este artigo tem como finalidade alertar as federações nacionais e internacionais para que nas exposições passe a existir uma verdade desportiva que dignifique a ornitologia amadora e seus criadores.

1-     Dentro da Metodologia aplicada tivemos basicamente 5 elementos determinantes.
1.1.  Verificação por luz negra observando-se a incidência ou reflexão UV sobre a plumagem da ave.
1.2.  Resíduos de produto emissor de luz azul, caracterizando meio artificial.
1.3.  Análises em microscópio (1x a 80x de ampliação) de amostras da plumagem coletada (conforme o regulamento) quanto à sua integridade ou reação na aplicação de produtos não permitidos.
1.4.  Reação química sobre amostras da plumagem
1.5.  Análises em laboratório externo, sendo analise de cor e DQO demanda química de oxigênio.

1.1          – Luz negra
Neste ponto verificamos aves que apresentavam um brilho diferente das demais da mesma cor. Esta analise somada a observação em microscópio da integridade da pena, notamos que havia uma corrosão nas bárbulas das penas, demonstrando claramente, uma corrosão provocada por um meio agressivo, gerando principalmente, a despigmentação agem na feomelanina , pois esta está distribuída na parte superficial da pena , mas se usados de forma mais intensa , ou seja maior frequência ou concentração ,pode efetuar a retirada por ataque da eumelanina com um total de prejuízo da plumagem ou até da saúde do animal.
Notava-se neste caso que havia uma perda na sedosidade natural das penas provocando saliências ou desníveis em sua linha dorsal.

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a)Mesmo tipo de observação feita à foto de cima, neste caso, podemos notar faixa escura na extremidade da pluma (pena) onde ocorreu um ataque mais severo à pena. É importante notar que este tipo de fraude provoca a total danificação das condições naturais da plumagem

1.2 Resíduos de produtos
Objectivamente foram verificados na mesa de julgamento, que as aves brancas apresentavam uma coloração em seu fundo, principalmente nas áreas de concentração e uripigio . Temos no mercado alguns produtos branqueadores, alguns deles à base de anil que tem a função de pigmentar. Após o completo enxágue há a remoção do excesso (de captação consciente pelo olho humano). Restando o resíduo que irá acentuar o efeito óptico (de captação inconsciente pelo olho humano). O problema era visual e me fez lembrar dos lençóis branquinhos que minha avó colocava no varal para secar. Na superfície daquele tecido havia uma fina camada de tintura azul reflector de raios UV.

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b) Observação feita através de microscópio em pluma de ave fraudada para eliminação de melanina .Clara corrosão evidenciando ataque químico às pontas da pena danificando e modificando sua estrutura natural inclusive prejudicando seu assentamento na ave

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C) Pena pigmentada artificialmente. Notamos a deposição de pigmento negro alterando a eumelanina da ave. Caracterizando fraude.

1.3 Microscópio
Este foi o ponto onde mais evoluímos em nossas análises, principalmente na análise de penas atacadas por meio químico, penas cortadas ou encurtadas melhorando a categoria ou no registo de tinta aplicada sobre as penas. Como temos uma câmera acoplada ao equipamento foi possível fotografar-se ou até mesmo mostrar ao criador ou representante dos clubes a evidência objectiva da fraude.

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Foto1 :Pena comparativa onde não ocorreu tosa da extremidade

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Foto 2: Pena onde visivelmente ocorreu tosa de extremidade.

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Foto 3 : Fundo claro mostrando claramente a distribuição melânica e lipocromica de uma pena sem fraude.

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Foto 4 : Mesmo fundo da foto 03, agora , mostrando claramente a pena fraudada por tosa modificando a categoria da ave.

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Foto 5 : Pena integra isenta de fraude

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Foto 6 :Ataque químico caracterizando fraude a ave melânica fundo amarelo,notamos a total alteração da plumagem ,inclusive com a segmentação da extremidade

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Foto7- Exemplo de plumagem onde não ocorreu nenhum tipo de ataque químico.Notamos claramente a integridade da plumagem ataque químico. Notamos claramente a integridade da plumagem numa simples observação das suas condições feitas em microscópio.

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Foto 8 : Foto comparativa com outro fundo, onde , notamos a integridade total da plumagem

1.4 Reacção química
Procedimento bastante simples, porem eficiente, que consiste em provocar uma reação química nas penas coletadas (recolhidas) da ave em análise, para se verificar se há algum desprendimento de elemento químico aplicado.

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1- Pena pigmentada artificialmente caracterizando fraude.

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1.a- Mesma pena agora com a remoção do pigmento fraudador.

1.5 Análise em laboratório
Metodologia nova que se mostrou bastante eficiente em dois casos de fraude por pintura, diagnosticados pelos resultados no ensaio de Cor e ou DQO, depois de confirmados pelo ataque químico às penas e verificação em microscópio.

1-   Ações futuras
Estaremos trabalhando com novidades para 2009, no aperfeiçoamento de algumas novas metodologias, buscando melhoramento contínuo no controle das fraudes. É um caminho sem volta e que deverá seguir buscando a inibição completa desta prática , que infelizmente é comum no nosso meio.

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Foto1: exemplo de plumagens absolutamente integras, sem nenhum tipo de elemento químico que realça o brilho pela colagem das pontas.

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Nesses exemplos que observamos que as extremidade da pena está com as Bárbulas coladas, provocando um aumento significativos no brilho e na tonalidade da melanina.


2-   Considerações finais.
Apenas estamos no início, mas com a evolução acelerada, trata-se de um projecto que exige melhoramento contínuo, aperfeiçoamento e investimento em tecnologia para poder inibir e punir todas as iniciativa contrárias ao melhoramento por desenvolvimento genético das aves domésticas. Todos sem excepção, devem estar conscientes que a manutenção da posição Brasileira de elevada qualidade em suas aves estará ligada ao desenvolvimento genético, não a fraudes.

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Foto1: exemplo de plumagens absolutamente integras, sem nenhum tipo de elemento químico que realça o brilho pela colagem das pontas.
Nesses exemplos que observamos que as extremidade da pena está com as Bárbulas coladas, provocando um aumento significativos no brilho e na tonalidade da melanina.

a)Plumagem adulterado com as bárbulas totalmente unidas evidente após reação química na amostragem das penas
b) Plumagem absolutamente normal, observa-se pela integridade das bárbulas.


Algumas considerações:
Gostaria de salientar três aspectos que considero muito importantes neste trabalho.

1- Motivação
Principalmente de criadores novos que podem competir em igualdade de Condições podendo se preocupar única e exclusivamente no que agrega valor, que é a formação de um plantel de alto valor genético, buscado a melhoria continua de seus exemplares se a preocupação genética ou o trabalho no desenvolvimento ilícito.

2- O melhor, de fato deve vencer.
A ave que tiver o melhor fenótipo sem modificações artificiais deve vencer em nome do desenvolvimento o naturalmente melhor é que entrará na procriação com vistas a transmitir suas qualidades, e este processo, natural, não pode ser modificado pois representa um retrocesso no desenvolvimento e consequentemente oposição a qualidade da criação de canários no Brasil.

3- Amor pela ave antes do amor pela vitória.
Deve haver, antes de tudo, uma preocupação pela saúde no animal. “Preparações ilícitas normalmente sacrificam o bem-estar da ave e até a saúde do “preparador” que algumas vezes não tem noção da base química do produto manuseado.
O bem-estar animal tem que ser uma prioridade.

Tudo o que já foi feito no controle de fraudes e o que ainda deverá ser feito tem como objetivo que esta atividade, a qual chamamos de hobby, ou melhor, deste maravilhoso hobby, continue sendo prazeroso e que continue prosperando, unindo pessoas, fazendo amigos e atraindo mais amigos para o nosso meio.



Os textos são da autoria de
Carlos Lima – Presidente do LCCP, juiz de canários de Porte CNJ/OMJ e Juíz de canários de cor CN
Luis Filipe Vilas Boas- Juíz de canários de Porte  CTJ/OMJ
Luis Morais – Tradução para o Espanhol
Revisão do texto – Pedro Boavida
A todos os interessados em participar ou para qualquer tipo de esclarecimento, devem entrar em contacto com  Carlos Lima, Telemóvel :  + 351 969946033  ou  + 351 210 879 030  ou ainda através do e-mail: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

Bom dia pessoal.
Martin, tópico muito legal.
Parabéns.

INFELIZMENTE TEMOS PRESENTE ARTIFÍCIOS QUE CRIADORES USAM PARA EVIDENCIAR O FENÓTIPO DE SUA AVE , ALGUNS PERMITIDOS , OUTROS NÃO . DE QUAISQUER FORMA É BACANA SABERMOS OS PRINCIPAIS PARA QUE NÃO POSSAMOS , MESMO QUE AS VEZES SEM DOLO , USAR EM NOSSAS AVES . JÁ VI MUITO CRIADOR USAR PRODUTOS PARA LIMPEZA E CLAREAMENTO EM CANARIOS SEM SABER QUE É PROIBIDO E SER PENALIZADO POR ISSO .

É CLARO QUE NÃO PODEMOS GENERALIZAR , SEMPRE É BOM NOS ATENTARMOS AS REGRAS E JOGARMOS DE ACORDO COM ELA EM CASO DE AVES DE COMPETIÇÃO E SEMPRE BUSCAR A EXCELÊNCIA ATRAVÉS DE SELEÇÃO GENÉTICA E NÃO ATRAVÉS DE ARTIFICIOS FRAUDULENTOS . BOA MATERIA , GOSTEI